Parque Nacional da Furna Feia

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Parque Nacional da Furna Feia
Esfera Administrativa: Federal
Estado: Rio Grande do Norte
Município: Baraúna e Mossoró
Categoria: Parque
Bioma: Caatinga
Área: 8.494 hectares
Diploma legal de criação: Decreto s/n de 5 de junho de 2012.
Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
Contatos: ---

Localização

O Parna localiza-se no estado do Rio Grande do Norte, na Mesorregião do Oeste Potiguar e Microrregião de Mossoró, entre os municípios de Baraúna e Mossoró.

Como chegar

O município de Mossoró está situado no interior do Rio Grande do Norte. A cidade fica entre as capitais Natal e Fortaleza (CE), distante 278 e 245 km, respectivamente. O acesso ao município pode ocorrer através das rodovias federais BR-110, BR-304 e BR-405, além das inúmeras rodovias estaduais que interligam a maior cidade do RN com as demais, além dos municípios situados nos estados vizinhos da Paraíba e do Ceará.

Ainda não há informações disponíveis sobre o acesso ao Parque.

Ingressos

O acesso ao público ainda não foi inaugurado.

Onde ficar

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Objetivos específicos da unidade

A criação do Parque tem por objetivo a preservação do complexo espeleológico da Furna Feia e a biodiversidade associada ao bioma Caatinga. Assim como a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

Histórico

O Parna Furna Feia é o primeiro Parque Nacional do estado do Rio Grande do Norte e representa uma Unidade de Conservação federal da categoria de proteção integral, que permite apenas o uso indireto dos recursos naturais.

Há dez anos, apenas três cavernas eram conhecidas na região. Quando as demais cavernas começaram a ser descobertas, surgiu a proposta de protegê-las e usá-las como instrumento para gerar renda por meio do turismo. O criação do Parque foi impulsionada pela realização da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A presidente Dilma Rousseff assinou o decreto que esteve inserido dentro do pacote de medidas anunciado às vésperas da Conferência da ONU. Até então, havia três anos que nenhuma área de proteção ambiental nacional havia sido criada no país.

Quase metade da área da UC engloba a reserva legal de um assentamento criado na antiga fazenda da empresa Maísa, grupo agroindustrial de fruticultura irrigada na região, que faliu em 2003. Na ocasião, mais de mil famílias receberam lotes sem assistência ou estrutura com riscos de atividades predatórias.

Os colonos assentados apoiaram a iniciativa de proteger a área, convencidos sobre a possível valorização das terras, a chegada de infraestrutura e o melhor abastecimento de água, além das oportunidades de ganho.

A previsão é de inaugurar o Parque até a Copa do Mundo de 2014. A ideia, segundo o ICMBio é incluir a unidade no projeto Parques da Copa, capitaneado pelos ministérios do Meio Ambiente e Turismo para estruturar parques nacionais e transformá-los em opção de lazer e diversão para brasileiros e estrangeiros durante os intervalos dos jogos do campeonato mundial de futebol.

A criação do Parque da Furna Feia resultou em um acréscimo de 2,9% na área oficialmente protegida do Rio Grande do Norte. Porém, a área de caatinga protegida representa apenas 0,32% da área de ocorrência da Caatinga no estado.

Atrações

A principal caverna do Parque Furna Feia fica a cerca de 300 quilômetros de Natal e tem 766 metros de extensão. É a mais importante atração do mais novo Parque Nacional brasileiro.

A caverna do Lago também apresenta dimensões notáveis, pois tem o maior desnível do complexo (-35,2 metros até o momento) e serve de habitat para troglóbios raros: uma espécie de aranha (Pholcidae), uma centopeia (Scolopendromorpha: Dinocryptops sp.), um colêmbolo (Cyphoderidae - Cyphoderus sp.), um isópode cirolanídeo (Cirolanidae) e um anfípode (Amphipoda).

A caverna Furna Nova apresenta a maior cortina do estado e atinge mais de seis metros, além do maior ninho de pérolas. Já a caverna do Porco do Mato I tem o único registro de helictites na área (formações de calcita ou aragonita a partir do teto ou de paredes da caverna, mas ao invés de se formarem verticalmente como as estalactites, as helictites desviam para os lados ou para cima).

Estão na lista de potenciais atrações: a caverna Gêmea, a caverna dos Macacos/Esquecida e a gruta do Pinga, além da caverna da Pedra Lisa/Troglobento.

O Parna reúne um sítio arqueológico composto pelo abrigo do Letreiro que contém painéis de pinturas rupestres de tradição geométrica distribuídos em praticamente todas as paredes e também em algumas partes do teto da caverna.

Há ainda um afloramento calcário conhecido como “Lajedo em Pé”, que constitui um segundo sítio arqueológico mas ainda não foi estudado com profundidade.

Aspectos naturais

O parque abriga uma área de grande relevância ecológica e beleza cênica, com potencial para turismo sustentável, além de imenso potencial científico e pedagógico.

O Parque Furna Feia tem a maior concentração de cavernas do Nordeste, com 202 cavernas na área da UC e mais 37 na zona de amortecimento.

Vale destacar que, no Brasil, existem 11.785 cavernas cadastradas, mas apenas 27% localizam-se em UC’s. O Rio Grande do Norte é o sétimo estado brasileiro em número de cavernas, com 563 cavidades. Em 2010, foram prospectados 820 hectares de áreas de alta potencialidade espeleológica, sendo identificadas na ocasião mais 145 novas cavernas.

A criação do Parque triplicou a área de Caatinga protegida no Estado.

Relevo e clima

O período chuvoso vai de fevereiro à abril. Em média, a temperatura é de 27 °C, variando de 36 °C e 21°C, máxima e mínima, respectivamente. A umidade relativa é de 70%.

Geologicamente a área corresponde a um soerguimento tectônico da plataforma carbonática Jandaíra na Plataforma de Aracati. A Serra Mossoró representa o ápice topográfico dessa região soerguida tectonicamente e marca um divisor natural das águas meteóricas que escoam, a leste para a bacia do Rio Mossoró, e a oeste, para a bacia do Rio Jaguaribe.

Fauna e flora

O Parna reúne em seu ecossistema espécies típicas do Semiárido Nordestino. O levantamento florístico, ainda preliminar, aponta para 105 espécies de plantas, sendo que 22 são endêmicas, ou seja, só encontradas na Caatinga.

Foram registradas 101 espécies de aves, várias também endêmicas; 23 espécies de mamíferos; além de 11 espécies de invertebrados troglóbios (encontrados apenas em cavernas).

Várias das espécies estão na lista oficial de ameaçadas de extinção. Os troglóbios são espécies novas para a ciência.

Problemas e ameaças

As maiores pressões são oriundas de atividades econômicas que se expandem na região, principalmente a mineração de calcário, insumo que abastece indústrias de diferentes setores, como a de cimento.

Outras atividades como desmatamento, queimadas e caça predatória são fontes de pressão à UC.

Vale destacar que a visitação desordenada às cavernas, especialmente a Furna Feia, apresentam riscos caso não haja uma fiscalização e controle adequado.

Fontes

http://tribunadonorte.com.br/noticia/furna-feia-primeiro-parque-nacional-do-rn/232515

http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/20-geral/4100-parque-nacional-da-furna-feia-comemora-seu-primeiro-aniversario.html

http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-brasileiros/caatinga/unidades-de-conservacao-caatinga/3039-parna-da-furna-feia.html

http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2013/11/brigadistas-conhecem-cavernas-do-parque-da-furna-feia-rn

http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/20-geral5/3369-vizentin-apresenta-o-parque-nacional-da-furna-feia.html

Decreto de criação:

http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/downloads/Decreto_de_Cria%C3%A7%C3%A3o_PARNA_Furna_Feia.pdf Artigo: “PARQUE NACIONAL DA FURNA FEIA – O PARQUE NACIONAL COM A MAIOR QUANTIDADE DE CAVERNAS DO BRASIL”. ANAIS do 32º Congresso Brasileiro de Espeleologia. Barreiras-BA, 11-14 de julho de 2013 – Sociedade Brasileira de Espeleologia http://www.cavernas.org.br/anais32cbe/32cbe_031-043.pdf