Parque Estadual Dunas do Natal

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O Parque das Dunas é uma área de importância vital para a qualidade de vida da população de Natal. As dunas são responsáveis pela realimentação e pela proteção do lençol de água subterrâneo que abastece parte da cidade do Natal.

A vegetação fixadora das dunas impede que as areias se movam, impulsionadas pelo vento, soterrando áreas urbanizadas, além de contribuir para amenizar o clima de parte da cidade. A flora compreende por mais de 250 espécies nativas. As belas paisagens que se sucedem sobre as dunas, com grande diversidade de animais e plantas, proporcionam visuais de extrema beleza.

Com a preservação desse ecossistema, as gerações presentes e as futuras terão oportunidade de conhecer a fauna e a flora nativas, com algumas espécies já em processo de extinção.

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Parque Estadual Dunas do Natal
Esfera Administrativa: Estadual
Estado: Rio Grande do Norte
Município: Natal
Categoria: Parque
Bioma: Mata Atlântica
Área: 1.172 hectares
Diploma legal de criação: Decreto Estadual nº 7.237, de 22 de novembro de 1977
Coordenação regional / Vinculação: Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - NUC/IDEMA
Contatos: (84) 3201-3985

www.parquedasdunas.rn.gov.br

Localização

O Parque das Dunas está localizado em Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. Limita-se com os bairros de Mãe Luíza, Tirol, Nova Descoberta, Capim Macio, Ponta Negra e com a Via Costeira. As coordenadas do Parque são as seguintes: -5.8304200, -35.1895020 - latitude: 05º. 48’ S a 05º. 53’ S - longitude: 35º. 09’ W a 35º. 12’W

Como chegar

A entrada principal, que dá acesso à sua área de uso, localiza-se na avenida Alexandrino de Alencar, no bairro Tirol, em Natal.

Ingressos

Funciona de terça-feira a domingo, inclusive em feriados, das 8 h às 18 h. É fechado nas segundas-feiras, para manutenção. O ingresso custa 1 real e são isentos de pagamento crianças de até cinco anos, adultos acima de 60 anos, escoteiros uniformizados e escolas públicas (estas devem agendar a visita). -É importante agendar as visitas com antecedência, através do e-mail parquedasdunas@rn.gov.br. Mais informações, através dos telefones: 55 84 3201 3985/ 32014440/FAX: 55 84 3201 5353.

Onde ficar

Objetivos específicos da unidade

O Parque das Dunas tem por objetivo garantir a preservação e conservação dos ecossistemas naturais englobados; proteger os recursos genéticos; possibilitar a realização de estudos, pesquisas e trabalhos de interesse científico; preservar sítios de valor histórico, arqueológico e geomorfológico; além de oferecer condições para o lazer, o ecoturismo e a realização de atividades educativas e de conscientização ecológica.

Histórico

Criado em 1977 como a primeira Unidade de Conservação do Rio Grande do Norte, o Parque Estadual Dunas do Natal ”Jornalista Luiz Maria Alves" está localizado em Natal e possui uma área de 1.172 hectares. Reconhecido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira, o Parque das Dunas é considerado o maior parque urbano sobre dunas do Brasil, exercendo fundamental importância para a qualidade de vida da população natalense, contribuindo tanto na recarga do lençol freático da cidade, quanto na purificação do ar. Seu ecossistema de dunas é rico e diversificado, abrigando uma fauna e flora de grande valor ecológico, que inclui diversas espécies em processo de extinção.

Atrações

O setor de uso público, entrada para o Parque das Dunas, é o “Bosque dos Namorados”, ocupando uma área aproximada de sete hectares, com mais de mil e trezentas árvores nativas da Mata Atlântica. No Bosque dos Namorados localizam-se a sede administrativa do Parque das Dunas, centro de visitantes, biblioteca, centro de pesquisas, viveiro, unidade de mostra de vegetação, anfiteatro pau-brasil, folha das artes, lago artificial, posto de comando ambiental, parque infantil e anel viário para atividades físicas e caminhadas.

No centro de pesquisa, estudantes, professores e visitantes dispõem de laboratórios de zoologia e botânica, auxiliando no desenvolvimento de trabalhos e pesquisas científicas. No viveiro, são cultivadas as mudas de espécies vegetais nativas do Parque das Dunas, utilizadas na recuperação e reflorestamento de áreas de Mata Atlântica.

Do Bosque dos Namorados partem as trilhas interpretativas, ao longo das quais os visitantes conhecem aspectos e elementos do ecossistema dunar. Ao todo, são seis km e meio de caminhada, distribuídos entre as trilhas Ubaia Doce, Peroba e Perobinha.

Aspectos naturais

As formações vegetais mais significativas, ocorrentes na área do Parque são:

Formações das praias e do sopé das dunas.

A área litorânea apresenta relevo predominante plano, que se eleva gradativamente, acompanhando o desenvolvimento do modelado de terreno e abrange áreas sedimentares. É formada por vegetação herbácea, geralmente rasteira, com riqueza de espécie potencialmente fixadoras das areias. Essa vegetação que ocupa uma faixa mais ou menos larga, nos níveis inferiores vai sendo substituída gradativamente por uma vegetação mais alta com arbustos e arvoretas, como Chysobalanus icaco L., Eugenia ovalifolia Camb., Maytenus impressa Reiss, e outras. Com as plantas já mencionadas, misturam-se algumas cactáceas como o “facheiro” e o “cardeiro”. Nessa faixa, a vegetação de restinga apresenta componentes herbáceos e arbustivos, predominando os primeiros em direção ao mar, e os outros à medida que se caminha terra adentro.

Mata costeira ou floresta atlântica

A esta formação corresponde uma maior área no Parque Estadual Dunas do Natal é uma floresta perenifólia e sempre verde, onde o elemento dominante são as árvores distribuídas em um ou dois estratos, dos quais o superior pode atingir uma altura da ordem de 20m.

É nessa comunidade que ocorre a maior concentração de espécies arbóreas. Nela existem ainda, exemplares de “pau-brasil” (Caesalpinia Lam), de que se encontra no bosque, grande quantidade de indivíduos de pequeno porte.

As árvores dominantes pertencem em maior número, as seguintes espécies: Fícus carappaefolia L., Fícus nymphaeifolia L., Manikara triflora (Fr. All) Monac., (“maçaranduba”), (Camponmanesia dichotoma Berg.) “guabiraba de pau”, (Clusia nemorosa L.) “pororoca”, a “mirindiba”, o “goititruba”, (Bowdichia virgiliodes HBK.) “sucupira”, (Guazuma ulmifolia Lam.) “mutamba”, o “jatobá”, de que existem duas espécies e (Apuleia leiocarpa (Vog). Macbr.) “jitaí”.

Tabuleiro litorâneo

Localizado principalmente nas proximidades da encosta oeste das dunas. O aspecto característico, correspondente a esta formação na área do Parque, é o de ilhas de vegetação, mais abertas, com árvores e arbustos tortuosos, de casca grossa, folhas geralmente grandes, cariáceas e ásperas.

Floristicamente, o tabuleiro muito se aproxima do cerrado, existindo um grande número de espécies comuns às duas formações.

Estruturalmente, o tabuleiro se compõe de dois estratos, um arbóreo arbustivo e outro herbáceo. No estrato herbáceo há uma predominância de gramíneas, como por exemplo, o “milhã de tabuleiro” (Panicum asperifolium), o “capim barba de bode” (Aristida sp.), ervas como o Stylosanthes e arbustos como o “carrapicho do tabuleiro” (Krameria tomentosa St. Hil).

Relevo e clima

A formações predominantes no Parque são de Dunas Costeiras e Tabuleiro Litorâneo. As temperaturas médias são constantes ao longo do ano, com 26,2 ± 5,0°C. A umidade relativa do ar permanece em 79,4 ± 3,1% durante todo o ano e precipitação é irregular, alternando entre períodos de seca e alta precipitação. a estação chuvosa se ​​estende de março a agosto, com precipitação mensal média de 212,8 ± 54,3 milímetros. A estação seca estende-se desde setembro a fevereiro, com precipitação mensal média de 46,3 ± 7,4 mm. a precipitação média anual é de 1,554.3 mm.

Fauna e flora

A cobertura vegetal do Parque das Dunas é representada, em sua maior parte, pela mata de duna litorânea, caracterizada por espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, registrando ainda a ocorrência de praias e sopés de dunas, e formação vegetal tabuleiro litorâneo. Nela predominam espécies peculiares da mata atlântica, além de algumas espécies de caatinga e tabuleiro, com destaque para a amescla-de-cheiro, antúrio selvagem e pau-brasil, as quais conferem ao ambiente grande diversidade e exuberância. A flora reúne mais de 270 espécies arbóreas distintas e 78 famílias, representada por mais de 350 espécies nativas.

A fauna nativa do Parque é típica do ecossistema costeiro terrestre formado pela Mata Atlântica. De acordo com levantamento preliminar, a fauna do Parque está representada por cerca de 180 espécies dentre mamíferos, répteis, aves, e invertebrados, como borboletas, aranhas e escorpiões.

A espécie símbolo do Parque é o lagartinho-de-folhiço (Coleodactylus natalensis), endêmica de remanescentes florestais urbanos e periurbanos do RN, de acordo com a Lei n.º 6.438 de 07 de março de 2014 - Institui o Lagartinho-do-Folhiço – Coleodactylus natalensis Freire, 1999 – espécie bandeira, símbolo e dá outras providências.

Problemas e ameaças

A Mata Atlântica nordestina encontra-se numa situação difícil, principalmente devido às expansões urbanas no litoral. Os conflitos no uso da terra geram declínio na riqueza de espécies nativas, perda e fragmentação de habitats, extinções locais e introdução de espécies exóticas. Atualmente, a principal ameaça é o projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa do RN, que trata da reestruturação viária da Av. Roberto Freire (Ponta Negra), e prevê a redução de 4,5520 hectares da área Unidade de Conservação Parque Estadual Dunas de Natal Jornalista Luiz Maria Alves, o equivalente a 45 mil metros quadrados ou onze campos de futebol.

Fontes

http://www.parquedasdunas.rn.gov.br

Freire, E. M. X. 1996. Estudo Ecológico e Zoogeográfico sobre a fauna de lagartos (sauria) das dunas de Natal, Rio Grande do Norte, e da restinga de Ponta de Campina, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia,13(4):903-921.

Freire, E. M. X. 1999. espécie nova de Coleodactylus Parker, 1926 das dunas de natal, Rio Grande do Norte, Brasil, com notas sobre suas relações e dicromatismo sexual no gênero (squamata, gekkonidae). Boletim do Museu Nacional, 399:1-14.

Freire, M. S. B. 1990. Levantamento florístico do Parque Estadual das Dunas do Natal. Acta Botânica Brasileira,4(2):41-59.

Lisboa, C. M. C. A.; Freire, E. M. X. Population density, habitat selection and conservation of Coleodactylus natalensis (Squamata: Sphaerodactylidae) in an urban fragment of Atlantic Forest in Northeastern Brazil. South American Journal of Herpetology, 7(2), p.181‑190, 2012.

Lisboa, C. M. C. A.; Sales, R. F. D.; Freire, E. M. X. Feeding ecology of the pygmy gecko Coleodactylus natalensis (Squamata: Sphaerodactylidae) in the Brazilian Atlantic Forest. Zoologia, 29(4), p.293–299, 2012.