Mudanças entre as edições de "Reserva Particular do Patrimônio Natural Aves Gerais"

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|Location=A RPPN Aves Gerais está localizada a 1.300m de altitude na Cadeia do Espinhaço, município de Morro do Pilar, Minas Gerais. Está inserida na APA Morro da Pedreira e é vizinha do Parque Nacional da Serra do Cipó, região que se destaca por sua elevada biodiversidade e taxa de endemismos.
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|How to get there=Situada a 130km da capital mineira, o acesso ocorre a partir da rodovia MG-010 desde Belo Horizonte ou aeroporto de Confins em sentido a Conceição do Mato Dentro até o km 126 e, então, através da rodovia MG-232 em direção a Morro do Pilar.
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|Objectives=Preservar os ecossistemas naturais e realizar monitoramento de longo prazo da biodiversidade a partir de anilhamento de aves silvestres e documentação de mamíferos por armadilhas fotográficas, buscando adquirir base científica para fomentar a conservação regional.
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|History=A história de Morro do Pilar está intimamente relacionada à mineração. Foi fundada em 1703 com o nome de Morro de Gaspar Soares por bandeirantes após a descoberta de minas ouro. A exploração ocorreu por 40 anos até que um desmoronamento soterrou 18 escravos e paralisou a atividade. Década depois, a cidade sediou a primeira fábrica de ferro do Brasil para a produção de ferramentas para exploração minerária, tarefa comandada pelo Intendente do Distrito Diamantino, cuja produção ocorreu entre 1814 e cerca de 1830. Localizada às margens da Estrada Real, Morro do Pilar foi visitada por ilustres naturalistas como Ludwig von Eschwege que estudou o potencial mineral do país e cunhou o termo Cadeia do Espinhaço. O rol de naturalistas que percorreram a região inclui o francês Saint-Hilaire, o botânico austríaco Emmanuel Pohl, o zoólogo Johann Baptist von Spix e o botânico Carl Friedrich Philipp von Martius. Passando por Morro do Pilar, Martius e Spix relataram: “Há quarenta anos passados, toda a região montanhosa de Gaspar Soares até Vila do Príncipe era revestida de densa mata virgem sem interrupção, continuando as matas do rio Doce; atualmente, já grandes trechos dela foram abatidos”. Esses mesmos naturalistas relatam uma experiência curiosa durante a coleta de exemplares de arara-vermelha, espécie há muito extinta na região. Durante a procura pela arara abatida, o grupo foi interpelado por um mulato armado de aparência ameaçadora que questionou a invasão de sua propriedade. Após pedirem desculpas e apresentarem o passaporte real, o fazendeiro respondeu colérico: “O Rei manda na casa dele, e eu na minha!”
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|Features=Fauna e flora típica de Campos Rupestres e de Floresta Atlântica Montana. A biodiversidade local vem sendo monitorada desde 2008, fornecendo informações sobre as diferentes espécies (densidade, dinâmica populacional, longevidade, época de reprodução, período de permanência, deslocamentos etc.). Em setembro de 2016 foi anilhada a milésima ave silvestre, sendo que alguns indivíduos anilhados em 2008 continuam retornando informações valiosas.
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|Natural aspects=Localizada em uma zona de transição entre vastos Campos Rupestres e o principal remanescente de Floresta Atlântica da Serra do Cipó (1.300 hectares), a região abriga trechos em excelente estado de conservação capazes de abrigar espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção.
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|Geography and climate=Situada no topo da vertente leste da Cadeia do Espinhaço voltada à bacia do rio Doce, o clima local é diretamente influenciado pelos ventos úmidos que chegam do oceano, sendo comum a formação de neblina ao longo de todo o ano. O clima é do tipo tropical de altitude com verões chuvosos e precipitação concentrada entre outubro e março. Entre 2010 e 2015, a precipitação média anual medida na RPPN foi de 2.005 mm. A menor temperatura registrada foi de 4°C em julho, sendo que as máximas raramente superam 28°C no auge do verão.
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|Fauna and flora=Através de monitoramento científico iniciado em 2008, já foram identificadas 262 espécies de aves, 17 delas ameaçadas de extinção e 55 endemismos, a maioria da Mata Atlântica. Destaque para a águia-cinzenta (Urubitinga coronata), o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), o beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus), o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), a choquinha-de-dorso-vermelho (Drymophila ochropyga), o macuquinho (Eleoscytalopus indigoticus), a tesourinha-da-mata (Phibalura flavirostris) e a araponga (Procnias nudicollis). Dentre as 25 espécies de mamíferos documentadas até o momento estão a cuíca-de-quatro-olhos (Philander frenata), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o sagui-de-cara-branca (Callithrix geoffroyi), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o caxinguelê (Guerlinguetus ingrami) e o ouriço-cacheiro (Coendou insidiosus).
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|Threats and problems=Os incêndios representam a principal ameaça para a conservação da UC e de seu entorno. Trechos vizinhos do remanescente florestal estão sendo convertidos em plantações de eucalipto que comprometem a conservação da biota local.
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Carrara, L.A. & Faria, L.P. 2016. Novas ocorrências de aves raras, endêmicas e ameaçadas de extinção para o Parque Nacional da Serra do Cipó e Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira, Minas Gerais, Brasil. Cotinga 38: 40–46.
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Manabi S.A. 2014. Morro do Pilar: história, costumes e tradições. 195 p.
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Spix, J. B. & Martius, C. F. P. (1981) Viagem pelo Brasil 1817–1820, 2. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia.
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Edição atual tal como às 15h29min de 15 de outubro de 2016



Reserva Particular do Patrimônio Natural Aves Gerais
Esfera Administrativa: Particular
Estado: Minas Gerais
Município: Morro do Pilar
Categoria: Reserva Particular do Patrimônio Natural
Bioma: Mata Atlântica
Área: 1,85
Diploma legal de criação: Criada em 14 de março de 2012 através da Portaria Nº 35 do Diário Oficial da União.
Coordenação regional / Vinculação:
Contatos: avesgerais@gmail.com

Localização

A RPPN Aves Gerais está localizada a 1.300m de altitude na Cadeia do Espinhaço, município de Morro do Pilar, Minas Gerais. Está inserida na APA Morro da Pedreira e é vizinha do Parque Nacional da Serra do Cipó, região que se destaca por sua elevada biodiversidade e taxa de endemismos.

Como chegar

Situada a 130km da capital mineira, o acesso ocorre a partir da rodovia MG-010 desde Belo Horizonte ou aeroporto de Confins em sentido a Conceição do Mato Dentro até o km 126 e, então, através da rodovia MG-232 em direção a Morro do Pilar.

Ingressos

Onde ficar

Objetivos específicos da unidade

Preservar os ecossistemas naturais e realizar monitoramento de longo prazo da biodiversidade a partir de anilhamento de aves silvestres e documentação de mamíferos por armadilhas fotográficas, buscando adquirir base científica para fomentar a conservação regional.

Histórico

A história de Morro do Pilar está intimamente relacionada à mineração. Foi fundada em 1703 com o nome de Morro de Gaspar Soares por bandeirantes após a descoberta de minas ouro. A exploração ocorreu por 40 anos até que um desmoronamento soterrou 18 escravos e paralisou a atividade. Década depois, a cidade sediou a primeira fábrica de ferro do Brasil para a produção de ferramentas para exploração minerária, tarefa comandada pelo Intendente do Distrito Diamantino, cuja produção ocorreu entre 1814 e cerca de 1830. Localizada às margens da Estrada Real, Morro do Pilar foi visitada por ilustres naturalistas como Ludwig von Eschwege que estudou o potencial mineral do país e cunhou o termo Cadeia do Espinhaço. O rol de naturalistas que percorreram a região inclui o francês Saint-Hilaire, o botânico austríaco Emmanuel Pohl, o zoólogo Johann Baptist von Spix e o botânico Carl Friedrich Philipp von Martius. Passando por Morro do Pilar, Martius e Spix relataram: “Há quarenta anos passados, toda a região montanhosa de Gaspar Soares até Vila do Príncipe era revestida de densa mata virgem sem interrupção, continuando as matas do rio Doce; atualmente, já grandes trechos dela foram abatidos”. Esses mesmos naturalistas relatam uma experiência curiosa durante a coleta de exemplares de arara-vermelha, espécie há muito extinta na região. Durante a procura pela arara abatida, o grupo foi interpelado por um mulato armado de aparência ameaçadora que questionou a invasão de sua propriedade. Após pedirem desculpas e apresentarem o passaporte real, o fazendeiro respondeu colérico: “O Rei manda na casa dele, e eu na minha!”

Atrações

Fauna e flora típica de Campos Rupestres e de Floresta Atlântica Montana. A biodiversidade local vem sendo monitorada desde 2008, fornecendo informações sobre as diferentes espécies (densidade, dinâmica populacional, longevidade, época de reprodução, período de permanência, deslocamentos etc.). Em setembro de 2016 foi anilhada a milésima ave silvestre, sendo que alguns indivíduos anilhados em 2008 continuam retornando informações valiosas.

Aspectos naturais

Localizada em uma zona de transição entre vastos Campos Rupestres e o principal remanescente de Floresta Atlântica da Serra do Cipó (1.300 hectares), a região abriga trechos em excelente estado de conservação capazes de abrigar espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção.

Relevo e clima

Situada no topo da vertente leste da Cadeia do Espinhaço voltada à bacia do rio Doce, o clima local é diretamente influenciado pelos ventos úmidos que chegam do oceano, sendo comum a formação de neblina ao longo de todo o ano. O clima é do tipo tropical de altitude com verões chuvosos e precipitação concentrada entre outubro e março. Entre 2010 e 2015, a precipitação média anual medida na RPPN foi de 2.005 mm. A menor temperatura registrada foi de 4°C em julho, sendo que as máximas raramente superam 28°C no auge do verão.

Fauna e flora

Através de monitoramento científico iniciado em 2008, já foram identificadas 262 espécies de aves, 17 delas ameaçadas de extinção e 55 endemismos, a maioria da Mata Atlântica. Destaque para a águia-cinzenta (Urubitinga coronata), o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), o beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus), o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), a choquinha-de-dorso-vermelho (Drymophila ochropyga), o macuquinho (Eleoscytalopus indigoticus), a tesourinha-da-mata (Phibalura flavirostris) e a araponga (Procnias nudicollis). Dentre as 25 espécies de mamíferos documentadas até o momento estão a cuíca-de-quatro-olhos (Philander frenata), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o sagui-de-cara-branca (Callithrix geoffroyi), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o caxinguelê (Guerlinguetus ingrami) e o ouriço-cacheiro (Coendou insidiosus).

Problemas e ameaças

Os incêndios representam a principal ameaça para a conservação da UC e de seu entorno. Trechos vizinhos do remanescente florestal estão sendo convertidos em plantações de eucalipto que comprometem a conservação da biota local.

Fontes

Carrara, L.A. & Faria, L.P. 2012. Aves de floresta montana da Serra do Cipó: Mata Atlântica da Cadeia do Espinhaço. Cotinga 34: 43–56.

Carrara, L.A. & Faria, L.P. 2016. Novas ocorrências de aves raras, endêmicas e ameaçadas de extinção para o Parque Nacional da Serra do Cipó e Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira, Minas Gerais, Brasil. Cotinga 38: 40–46.

Manabi S.A. 2014. Morro do Pilar: história, costumes e tradições. 195 p.

Spix, J. B. & Martius, C. F. P. (1981) Viagem pelo Brasil 1817–1820, 2. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia.