Jardim Botânico do Recife

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Jardim Botânico do Recife
Esfera Administrativa: Municipal
Estado: Pernambuco
Município: Recife
Categoria: Parque
Bioma: Mata Atlântica
Área: 10,7 hectares e compõe uma parte da Unidade de Conservação Municipal denominada Matas do Curado, uma área de 113,6 hectares.
Diploma legal de criação: O Jardim Botânico foi criado em 1° de agosto de 1979, por meio do decreto nº 11.341, assinado pelo então prefeito Gustavo Krause. Mais informações: http://jardimbotanico.recife.pe.gov.br/pt-br/legislacao
Coordenação regional / Vinculação: Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado (SEMAS)
Contatos: (81)3355-0001/ jardimbotanico@recife.pe.gov.br

Agendamento: (81) 3355-0002 3355-0000 http://jardimbotanico.recife.pe.gov.br/pt-br/fale-conosco

Localização

Endereço: BR-232, km 7,5, Curado. Recife – PE. CEP 50.791-540. A entrada principal do JBR fica na saída da cidade do Recife em direção ao interior. Seguindo pela avenida Abdias de Carvalho cruza-se a BR-101 e faz-se o retorno após o quartel da Polícia Militar, tomando-se o sentido Recife. A entrada principal estará logo à direita.

Como chegar

Várias linhas de ônibus urbano passam pelo Jardim Botânico do Recife. São elas:

(302) T.I TIP / Caxangá

(303) Curado II / Caxangá

(320) Curado I / Wenerck (Via Totó)*

(331) Totó (Jardim Planalto)

(332) Totó (Abdias de Carvalho)

(346) T.I TIP / Centro (Conde da Boa Vista)*

(347) T.I TIP / Derby*

(370) T.I TIP / T.I Aeroporto

(409) Curado IV / Barra de Jangada

(*)Essas linhas também fazem integração com o metrô.

Mais informações sobre os itinerários: http://200.238.84.28/site/consulta/itinerarios.asp

Ingressos

Entrada Gratuita. Horário de Funcionamento: terça a domingo, das 09h00 às 15h30. Grupos maiores (acima de 10 pessoas) que desejam acompanhamento de monitor devem agendar visita antecipadamente.

Onde ficar

A cidade do Recife tem uma ampla rede hoteleira que inclui desde hostels até hotéis de luxo. Não há

Objetivos específicos da unidade

É uma área de grande atratividade, devido a fazer com que seus visitantes desfrutem de momentos relaxantes, onde se tem um contato com a natureza e fazem com que os problemas do dia-a-dia não sejam nada, perto de sua imensa beleza. Além de área pública de lazer e contemplação, o espaço abriga um corpo técnico que realiza pesquisas voltadas à botânica, restauração florestal e conservação da biodiversidade da Mata Atlântica.

Histórico

O Jardim Botânico foi criado em 1° de agosto de 1979, a partir da reformulação do Parque Zoobotânico do Curado, que fazia parte da Mata do antigo Instituto de Pesquisa Agropecuária do Nordeste – IPEANE, por meio do decreto nº 11.341, assinado pelo então prefeito Gustavo Krause. Em 1º de março de 2012, aviso da Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB), vinculada ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), publicado no Diário Oficial da União enquadra o Jardim Botânico na categoria C. Em julho de 2015, a mesma comissão, atendendo ao pedido de reenquadramento, eleva o Jardim Botânico do Recife à categoria A. As várias realizações nas áreas de pesquisa científica, conservação e educação ambiental, possibilitaram a admissão do JBR na Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB) e, por intermédio dessa, na Botanic Gardens Conservation Internacional (BGCI).

Atrações

JARDINS TEMÁTICOS

Jardim de Palmeiras

O Jardim de Palmeiras reúne as principais espécies da família botânica Arecaceae, tanto as que ocorrem naturalmente nas florestas brasileiras como as trazidas de outros países. São mundialmente reconhecidas por suas formas majestosas e pelo seu grande valor paisagístico, sendo utilizadas na ornamentação de praças, parques, ruas e jardins. No seu ambiente natural, essas palmeiras cumprem uma importante função ecológica, servindo de abrigo e alimento para inúmeras espécies da fauna.

Jardim de Plantas Medicinais

Abriga mais de 40 espécies de plantas utilizadas tradicionalmente na prevenção e tratamento de doenças. Tem como objetivo valorizar o conhecimento popular.

Jardim de Plantas Tropicais

O jardim de flores tropicais é uma área que se destaca por sua exuberância paisagística, sendo destinado, principalmente, a momentos de contemplação. Reúne flores vistosas e de rara beleza.

Jardim Sensorial

Este local foi concebido para que as pessoas, particularmente as com alguma deficiência, descubram as nuances das plantas e do seu ambiente natural através do cheiro, do toque, do som ou de um olhar atento. Por isso, as plantas expostas são de diferentes espécies, que proporcionam o contato com várias texturas, odores e sabores. Também há o som de uma pequena cascata e o clima da floresta que podem ser percebidos.

COLEÇÕES CIENTÍFICAS

Bromeliário

A coleção de bromélias consiste num acervo científico que abriga mais de 200 espécimes catalogados e registrados pertencentes à família Bromeliaceae. Dentre elas, destaca-se a espécie Vriesea limae, exclusiva de Pernambuco. Essas plantas apresentam importante relevância ecológica, pois garantem alimento para a fauna, favorecem a formação de micro-habitat e aumentam a disponibilidade de água através de recipiente central circundado por suas folhas. Apresentam também expressivo potencial socioeconômico e ornamental, a exemplo do abacaxi que é considerada uma das principais culturas tropicais

Cactário

A coleção científica reúne espécies pertencentes à família Cactaceae, plantas que se destacam pela adaptação a ambientes extremamente quentes e áridos. Apresentam como principais características a presença de espinhos e a capacidade de reter água. A existência deste acervo busca resguardar o patrimônio genético destas espécies, visto que possuem potencial ornamental, agroecológico, industrial, biotecnológico.

Orquidário

O espaço abriga um acervo científico com mais de 250 espécimes de orquídeas catalogadas e registradas. Entre elas, destaca-se a Cattleya labiata, ameaçada de extinção. Essas flores, além de serem famosas por sua beleza, exercem importante papel ecológico ao atraírem insetos e pássaros polinizadores.

TRILHAS

As trilhas do Jardim Botânico do Recife proporcionam ao visitante experimentar a sensação da caminhada dentro da Mata Atlântica, com suas temperatura, sons e cheiros característicos, aproveitando de maneira tranquila e educativa o meio natural. Há dois tipos de trilhas interpretativas: a autoguiada (calçada) e a guiada (interior da mata). Na trilha autoguiada, sem a presença de monitor, o visitante tem a liberdade de caminhar sendo conduzido a pontos de paradas marcados onde é auxiliado por placas informativas e painéis que contêm informações de todo o ambiente que será explorado. Essa trilha se encontra na Alameda Pau-pombo e se estende por 574,54 m. Na trilha guiada os visitantes são acompanhados por um monitor que os leva a observar, refletir e experimentar um mundo novo em contado com a natureza. A trilha guiada é realizada de terça a sexta, dois grupos pela manhã e um à tarde, mediante agendamento pelos telefones 3355-0000 e 3355-0002. No período chuvoso, é comum haver a suspensão, devido ao risco de acidentes com queda de galhos. Para fazer a trilha guiada é preciso ter mais de 10 anos, estar usando calças compridas e sapato fechado. Nos finais de semana não é preciso agendar. Os grupos se formam na portaria, às 9h, 10h e 14h, aos sábados. E às 9h e às 14h, aos domingos.

MELIPONÁRIO

Trata-se de um criatório de abelhas brasileiras. Essas espécies não possuem ferrão e vivem em colônias, onde uma “abelha rainha” é responsável pela postura dos ovos e as “operárias” se dedicam aos cuidados e à defesa da colméia. Elas têm grande importância ecológica e econômica, pois fazem a polinização de inúmeras espécies de plantas, tanto nas florestas como nas lavouras agrícolas, além de produzirem mel. O equipamento é mantido com o apoio da Associação Pernambucana de Apicultores e Meliponicultores (Apime). Associação civil fundada em 1991, a Apime tem como objetivo a conservação de abelhas nativas.

BANCO DE GERMOPLASMA

São sementes conservadas em potes de vidro em sala devidamente climatizada. Esse tipo de coleção é destinada à conservação da variabilidade genética de uma planta. Há amostras coletadas em árvores do próprio jardim, como jacarandá-branco, na lista de espécies ameaçadas, visgueiro, imbira-vermelha, aroeira-da-praia. A equipe do Jardim Botânico do Recife também realizou coletas de campo em outras regiões, a exemplo aroeira-do-sertão, e baraúna. Uma expedição para Caruaru realizada em maio de 2015 resultou na coleta de frutos de umbu, umbu-cajá e siriguela, todas da mesma família botânica. Além de coleta, é feita a marcação de matrizes, plantas que se prestam à coleta de sementes.7

VIVEIRO FLORESTAL

O Jardim Botânico de Recife possui área própria de produção de mudas, com aproximadamente 3.000m² e capacidade de alojar 5 mil mudas, predominantemente de espécies nativas de Mata Atlântica, com o objetivo de suprir a demanda interna em reflorestamentos de seu fragmento de mata, bem como das unidades protegidas e arborização urbana na cidade do Recife. Tendo como responsáveis técnicos um engenheiro agrônomo, um biólogo e dois engenheiros florestais, o viveiro produz mudas a partir de sementes de espécies nativas de Mata Atlântica, coletadas na própria área do JBR ou em expedições organizadas em outras unidades de conservação, onde são registrados os locais e as datas das coletas. Constantemente é realizado todo registro referente à produção e destinação de mudas, seja para suprir a demanda interna ou reflorestamento das unidades protegidas, ou seja para casos específicos de doação para eventos em escolas públicas/privadas, ou ainda outros órgãos e entidades não governamentais ou governamentais. Todas as informações, como as solicitações de doações de mudas, ou quaisquer outros tipos de destinações de mudas do viveiro são informatizadas em planilhas digitais, sendo todos os documentos (ofícios, memorandos, declarações) devidamente arquivados no Setor de Administração do Viveiro. A produção de mudas é feita de forma sexuada, indireta, havendo o semeio em canteiros e posterior repicagem para garrafas pet (material reaproveitável) ou sacos de polietileno de vários tamanhos, a depender do espécie ou da finalidade das mudas (reflorestamento, arborização urbana etc.). Como substrato, é utilizado barro de jardim, solo de barranco (terra preta), e esterco bovino, na proporção de 10x4x4, respectivamente. Além de florestais, são produzidas mudas de espécies de uso medicinal, como chambá, colônia, hortelã, boldo, alumã e babosa. O viveiro florestal do Jardim Botânico do Recife, também conhecido como o “berçário verde”, é responsável pela produção de mudas de espécies prioritariamente arbóreas nativas da Mata Atlântica pernambucana, além de arbustos, palmeiras, entre outras plantas de valor paisagístico, com o objetivo de suprir a necessidade de mudas para plantios em arborização urbana, paisagismo e recuperação de áreas degradadas.

CASA DE VEGETAÇÃO D. BENTO PICKEL

O Jardim Botânico do Recife conta com uma casa de vegetação, destinada à propagação, experimentação e cultivo de plantas, disponibilizando água e luminosidade de forma controlada. Possui duas áreas: uma para produção de mudas e outra para conservação de plantas em extinção. O nome é uma referência ao botânico alemão Bento Pickel. O monge beneditino foi um dos criadores da escola agrícola que deu origem à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Possuindo 156 metros quadrados, a casa tem capacidade para produzir anualmente 4.800 plântulas (embrião vegetal). Da casa de vegetação, as plântulas são encaminhadas para o viveiro florestal, onde são feitas as mudas. As espécies a serem produzidas são preferencialmente de árvores nativas da mata atlântica, com o objetivo de suprir a demanda interna de reflorestamento, bem como das unidades protegidas da cidade do Recife. A casa é um resultado de uma parceria entre a Celpe e a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, realizada por meio de um Projeto de Revitalização e Implantação de Áreas Verdes (PRAV) relativo às subestações Ilha do Leite e Iputinga.

CENTRO DE CONVIVÊNCIA

Contando com um espaço coberto de 220 m2, sua estrutura foi erguida em madeira certificada. O centro abriga exposições temporárias de plantas e de pesquisas, assim como atividades de educação ambiental como contação de história, oficinas, pintura. Com acesso a cadeirantes, o centro pode ser usado como área de piquinique.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Além dos projetos desenvolvidos no espaço, oferecemos atividades dentro da perspectiva socioambiental, de forma a atender todos que visitam o Jardim Botânico do Recife. Para tal, planejamos atividades de ampla abrangência e algumas atividades por faixa etária e foco de interesse, procurando respeitar as especificidades dos grupos agendados e também dos demais visitantes.

Oficinas

Trabalha temas ambientais, agregando a estes, aspectos históricos, culturais e econômicos, com a finalidade de promover reflexões mais aprofundadas e desenvolver conceitos num viés mais científico. Estas oficinas, acontecem geralmente na área do Viveiro Florestal, podendo também ocorrer no econúcleo, e em eventos externos, da qual podem participar grupos agendados ou espontâneos mediante inscrição. As oficinas geralmente atendem a uma data comemorativa ambiental ou demanda específica de instituições, ficando sujeita a avaliação da gerência e disponibilidade dos técnicos para execução.

Exibição de vídeos ecoeducativos

A exibição de vídeos constitui atividade de rotina, que acontece no econúcleo, geralmente após a visita guiada, podendo contemplar também grupos espontâneos, quando o espaço esteja livre. O grupo assiste aos vídeos e o monitor promove uma reflexão sobre o tema abordado, levando os visitantes a interagir, socializando suas ideias com o grande grupo. Além de ser uma atividade lúdica, configura um momento de aprendizagem e troca de saberes.

Conversa Ambiental

O programa consiste em palestras de educação ambiental realizadas todo domingo às 10h30. Frequentadores assíduos podem participar do programa de fidelidade e ganhar certificados. Participam como palestrantes pessoas e instituições ligadas a conservação ambiental, como por exemplo empresas juniores (ex. https://www.facebook.com/media/set/?set=a.525857364420613.1073741832.364282800578071&type=1&l=2c3f2d3495 e https://www.facebook.com/media/set/?set=a.523938261279190.1073741831.364282800578071&type=1&l=83ad3660df)

Aspectos naturais

O Jardim Botânico do Recife integra a bacia hidrográfica do Rio Tejipió. Constituindo-se numa Reserva Ecológica do Município do Recife, com remanescentes da Mata Atlântica Primitiva e elementos da Mata Secundária. Em conjunto com um grupo de Unidades de Conservação Municipais, popularmente conhecidas como “Matas do Curado”, o JBR forma um importante “cinturão verde” a oeste da cidade do Recife. Grande parte da área do JBR é ocupada por um fragmento de Mata Atlântica, caracterizado como Floresta Ombrófila Densa.

Relevo e clima

Fauna e flora

Problemas e ameaças

A presença de um pólo industrial, áreas de solo exposto, expansão viária e, sobretudo, expansão urbana são os principais indicadores de degradação no JBR e seu entorno. A ausência de um plano de manejo no JBR e da inclusão de um zoneamento ambiental adequado propicia a degradação por parte da população e demais atividades antrópicas, visto que sua matriz é essencialmente urbanizada. A ausência de restrições específicas do uso do solo no entorno desta unidade de conservação a expõe a intervenções que põem em risco a sua biodiversidade, assim como das áreas de mata do seu entorno.

Fontes

Cabral G. A. L. e Maciel, J.R. 2011 Levantamento etnobotânico da coleção de plantas medicinais do Jardim Botânico do Recife, PE. Natureza on line 9 (3): 146-151

Peixe et al. 2011. Mapeamento do uso e ocupação do solo do Jardim Botânico do Recife e entorno/PE através de fotografias aérea. Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil

Silva et al. 2016. Percepções sobre o Jardim Botânico do Recife (JBR) entre moradores de seu entorno. Revbea, São Paulo, V. 11, No 4: 306-31

Site Oficial do JBR: http://jardimbotanico.recife.pe.gov.br/pt-br

Este verbete foi aberto como parte de uma atividade prática da disciplina de Gerenciamento Costeiro 2, do curso de Bacharelado em Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ministrada pela Oceanógrafa Monica Costa, Bsc Mphil Phd. Esperamos a contribuição de todos para fazermos uma página cada vez mais completa.