Parque Nacional do Jamanxim
Nome da Unidade: Parque Nacional do Jamanxim
Bioma: Amazônia
Área: 859.797 hectares
Diploma legal de criação: Decreto s/n° de 13 de fevereiro de 2006.
Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
Contatos:
Tel: (93) 35184519
Endereço sede: Avenida Brigadeiro Haroldo Veloso, 975.
Bairro Boa Esperança, Itaituba, Pará
CEP: 68.181-030
Índice
Localização
O Parque está localizado entre os municípios de Itaituba, Trairão e Altamira, no sudoeste do Pará, a 1.600 quilômetros da capital Belém.
Como chegar
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Ingressos
O local pode ser visitado por grupos educacionais.
Onde ficar
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Objetivos específicos da unidade
O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e de turismo ecológico.
Histórico
Para os indígenas da região, Jamanxim representa um apetrecho feito de cipó utilizado para carregar coisas nas costas como se fosse uma mochila. A criação da Floresta Nacional do Jamanxim pelo Governo Federal faz parte das medidas tomadas de ordenamento territorial e proteção ambiental adotadas para a região, marcada por conflitos fundiários.
A UC está inserida na área de influência da rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA) e é considerado um dos maiores eixos de desmatamento em toda a Amazônia. Desde o asfaltamento da BR-163, aumentou o desmatamento nas suas margens de até 500%.
Jamanxim é uma das unidades de conservação inserida na Área de Influência do zoneamento ecológico-econômico (ZEE) da BR 163. Para essa região, foi elaborado o Plano de Desenvolvimento Florestal Sustentável. Foram previstos conjuntos de políticas públicas estruturantes conciliando o crescimento econômico e a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais.
Na área de influência da BR-163, na sua porção do sudoeste paraense, observa-se um fenômeno de colonização espontânea,associada à colonização dirigida. O processo de colonização contou com o apoio do Estado na construção de infraestruturas de transporte (como Transamazônica e BR-163), programas especiais de colonização, incentivo à ocupação produtiva, crédito agrícola subsidiado e outros subsídios fiscais, que incentivaram o aumento do fluxo migratório para a região nos anos 70 e 80.
Atrações
Seu potencial em Ecoturismo, para trilhas, caminhadas e observação da fauna e flora ainda não foi totalmente explorado.
Aspectos naturais
O Parque foi criado para a preservação da floresta amazônica e sua transição para outros ecossistemas nesta região paraense.
Os rios Jamanxim, Aruri Grande e Carapuça são os mais importantes e compõem grande parte da drenagem da área. A floresta ombrófila aberta é a formação vegetal predominante na região, dividindo espaço com a floresta ombrófila densa.
O Parque tem importância por abrigar inúmeras nascentes de água.
Relevo e clima
A temperatura na região tem médias anuais de 25 e 26°C.
Os níveis pluviométricos que atingem cerca de 2.400 mm anuais garantem a elevada umidade da região.
Parque ocupa trechos das bacias dos rios Tapajós e Xingu situados em sua maior parte entre 200 e 400 metros de altitude.
A UC tem um relevo ondulado e áreas menos representativas de refúgios vegetacionais com a proximidade da Serra do Cachimbo. No topo dos morros, há afloramento com rochas expostas.
Fauna e flora
Foram encontradas 336 espécies de árvores em 10 inventários florísticos, conforme o relatório do Zoneamento Ecológico-Econômico da BR-163. No inventário florestal, foram registradas quatro espécies que constam na lista de plantas brasileiras ameaçadas de extinção: a castanheira do Brasil, o mogno, a ucuúba-da-várzea e o acapu.
A castanheira do Brasil é conhecida também com Castanha do Pará e consta na lista de espécies da flora brasileira ameaçada de extinção na categoria “vulnerável”, segundo o Ministério do Meio Ambiente. É uma espécie comum em floresta ombrófila de terra firme, tendo sido registrada na área do Jamanxim.
O Mogno é uma espécie muito explorada economicamente por sua madeira apreciada pela indústria de móveis e consta na lista de espécies da flora brasileira ameaçada de extinção na categoria “em perigo”.
Já a ucuúba-da-várzea consta na lista de espécies da flora brasileira ameaçada de extinção na categoria “em Perigo” e o acapu é “vulnerável”.
Em relação à fauna, um total de 343 espécies de aves foram registradas, 81 espécies de anfíbios e répteis, e 3.444 exemplares de peixes pertencentes a 207 espécies.
A onça-pintada e a ariranha são exemplos de espécies protegidas nesta UC.
Problemas e ameaças
O Parque do Jamanxim, no oeste do Pará, tem sido campeã de desmatamento recentemente. Há um grave problema que envolve a passagem da BR-163 pelo meio do Parque Nacional tendo milhares de pessoas ocupado suas margens.
Já houve registro de ameaças da população de invadir a mata armada com motosserras caso o governo federal não diminuísse os limites do Jamanxim. A população se opôs aos limites apresentados pelo governo federal.
A maioria das pessoas que mora na área do Jamanxim não tem título das terras e se sente iludida pelo Incra. O clima de tensão ainda preocupa os grandes madeireiros da região.
Atualmente, as atividades de fiscalização no Parque são realizadas pelo IBAMA, em uma iniciativa do governo federal para conter o desmatamento na Amazônia apreendendo gado em propriedades não regularizadas. A Unidade também possui atividades de mineração, reconhecidamente através do processo de garimpagem do ouro.
A gestão da UC funcionado com sede em Itaituba e desenvolve principalmente ações de fiscalização. A implementação de outras atividades está a espera do início da implementação do presente Plano de Manejo. No entanto, um obstáculo para a implementação de outras ações na UC tem sido a posição contrária das organizações locais na aceitação da criação da UC.
Na região do Parque, existem 20 garimpos, distribuídos em 6 vicinais. Os garimpos são assim denominados: Garimpo do Paquinha, Garimpo Hollywood, Garimpo Santos Dumont, Garimpo Tradição, Par de máquina de Valtair Gonçalves dos Santos, Garimpo Novo Globo (do Laércio e do Doca), Garimpo Canaã (Redondo, Gaúcho, Grande do Canaã e Borba), Garimpo do Willian, Garimpo do Dico, Garimpo do Fininho, Garimpo Cachoeira e Garimpo do Paial. O mineral explorado nos garimpos é basicamente o ouro, presente em 19 destes garimpos, assim como a cassiterita em 8 garimpos.
Em termos gerais, as comunidades locais e os atores sociais envolvidos guardam muita insatisfação em relação ao processo que deu origem à criação do Parque, o que alimenta receio de serem obrigados a deixar a região.
A população local formada tanto por agricultores, madeireiros, pecuaristas, garimpeiros e donas e casa sente-se permanentemente ameaçada por grileiros e também pelo Estado.
A caça e a pesca com fins ornamental e alimentício também são atividades realizadas na região.
Foram identificados 770 moradores residindo na unidade. No contexto de manejo do solo por meio do desmatamento, o Parque registra 125.410 hectares de área desmatada, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 2008). Esse percentual representa 5,97 % da área total do Parque, sendo que 79,39% do desmatamento ocorreu até o final de 2005, antes da criação da Unidade de Conservação.
Foram ainda identificadas seis pistas de pouso.
Fontes
Decreto de criação: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Dnn/Dnn10772.htm
http://www.oeco.org.br/es/reportagens/1538-oeco_16102
http://observatorio.wwf.org.br/unidades/cadastro/378/
http://www.birdlife.org/datazone/sitefactsheet.php?id=22246
Plano de Manejo, agosto de 2010: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/flona_jamanxim.pdf