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Edição atual tal como às 19h30min de 19 de agosto de 2020

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Parque Nacional de Saint-Hilaire Lange
Esfera Administrativa: Federal
Estado: Parana
Município: Guaratuba, Paranaguá, Matinhos e Morretes
Categoria: Parque
Bioma: Mata Atlântica
Área: 25.118 hectares
Diploma legal de criação: Criado em 23 de maio de 2001 por meio da Lei nº 10.227
Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
Contatos: Tel: (41) 3452-6340

Endereço sede:
Rua das Palmeiras, 170
Caiobá, Matinhos – Parana
CEP: 83.260-000
E-mail: parnashl.pr@icmbio.gov.br

Localização

O parque está localizado no litoral do Paraná a apenas 100 km da capital do estado, Curitiba, e a 40 km da cidade portuária de Paranaguá. Situa-se na porção sul da Serra do Mar paranaense, fazendo divisa com a baía de Guaratuba, com a planície litorânea e com o vale do rio Cubatãozinho, abrangendo regiões que variam de 10 metros sobre o nível do mar até as montanhas do maciço Serra da Prata, com altitudes superiores a 1.400 metros.

Abrange os municípios de Guaratuba, Paranaguá, Matinhos e Morretes.

Como chegar

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Ingressos

Não informações sobre cobrança de entrada.

Onde ficar

Buscar hospedagem nos municípios de Guaratuba, Paranaguá, Matinhos e Morretes.

Objetivos específicos da unidade

O Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange foi criado com a finalidade de proteger e conservar ecossistemas de Mata Atlântica existentes na área e assegurar a estabilidade ambiental dos balneários sob sua influência, bem como a qualidade de vida das populações litorâneas.

Além de conservar os mananciais de abastecimento de água dos municípios de Paranaguá e Matinhos, no litoral do Paraná.

Histórico

O Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange foi a primeira Unidade de Conservação do país a ser criada por Lei. O nome do parque é uma homenagem ao naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que percorreu parte do Brasil na década de 1820, e ao biólogo e ambientalista paranaense Roberto Ribas Lange, falecido em 1993.

Os primeiros sinais da presença humana na região remontam de 3.000 a 5.000 de anos. Restos culturais acumulados nos sambaquis encontrados ao longo do litoral paranaense comprovam a presença de um povo primitivo que viveu ali muito antes dos índios carijós.

No início do século XVI, os índios carijós, da etnia tupi-guarani, habitavam toda costa sul do Brasil, desde Cananéia até o Rio Grande do Sul. Com a ocupação lusitana passaram a viver em lugares mais afastados, miscigenando-se mais tarde com os portugueses, dando origem ao caboclo do litoral.

O naturalista Saint-Hilaire viajou entre Paranaguá e Guaratuba, em 1820, e descreveu alguns aspectos da paisagem por onde passou. Em Matinhos, o que lhe chamou atenção foi vegetação arbustiva que margeava toda a extensão da praia, Caiobá (do guarani 'cairoga' - casa de macacos) que chamou a atenção do viajante pelos montes elevados cobertos pela vegetação que se estendem até o mar.

A baía de Guaratuba, para Saint-Hilaire, apresentava semelhanças com a baía de Guanabara do Rio de Janeiro, pois é rodeada por montanhas, que são continuidade da Serra da Paranaguá (Serra do Mar).

Atrações

O relevo da Serra da Prata, os inúmeros riachos e a rica vegetação da Mata Atlântica podem ser apreciados no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange. Diversas trilhas de diferentes níveis de dificuldade conduzem o visitante por ambientes diferentes e dão a oportunidade para observação de aves e cachoeiras. É possível caminhar até o cume da Serra da Prata, conhecido como Torre da Prata.

No entanto, o parque ainda não possui estruturas de apoio à visitação, como centro de visitantes ou sinalização de trilhas. A visitação é atualmente realizada em áreas ainda sob domínio particular, sendo restrita aos locais que já recebiam visitantes antes da criação do parque e sujeitas às normas estabelecidas por cada proprietário.

As principais atividades que podem ser realizadas são caminhadas em trilhas, observação de aves, banhos em riachos e cachoeiras e contemplação da natureza.

- Morro do Cabaraquara: é possível fazer para passeios pela Baía de Guaratuba, incluindo a comunidade do Parati, onde se localiza outro atrativo do Parque Nacional: o Salto Parati. Na comunidade do Cabaraquara existe uma pousada-spa e algumas opções de restaurantes especializados em frutos do mar, com destaque para ostras. Atualmente não existem trilhas autorizadas para acesso ao alto do morro e a vegetação no topo encobre o visual da baía de Guaratuba. O Plano de Manejo do Parque, atualmente em fase de elaboração, definirá os melhores acessos e atividades a serem desenvolvidas no morro.

Há porém uma antiga trilha, hoje usada apenas por alguns moradores, que liga as comunidades do Cabaraquara e do Parati. O percurso tem cerca de 9,5 km e passa por diversas paisagens: trilhas pela mata, áreas abertas e trechos de banhado. A caminhada dura cerca de quatro horas, em ritmo normal a lento, necessário para observar o ambiente. Entre as comunidades não há infraestrutura de apoio como lanchonetes e sanitários, por isso é importante levar água e alimentação leve. É necessário o acompanhamento de um condutor local, pois não há sinalização.

Como chegar: a partir de Matinhos, deve-se seguir pela rodovia PR 412 em direção ao Ferry-boat, continuando na pista da direita pela Estrada do Cabaraquara (sentido Iate Clube Caiobá) até o final; a partir do centro de Guaratuba, deve-se atravessar a baía e seguir à esquerda logo após sair do ferry-boat, sentido Iate Clube Caiobá, pela Estrada do Cabaraquara. No final do trecho asfaltado está o Morro do Cabaraquara e a estrada se bifurca: à esquerda é possível continuar de carro pelo estreito caminho de terra, que segue contornando o morro, onde se encontram alguns restaurantes; à direita a estrada continua até o bairro Tabuleiro, em Matinhos, porém só é trafegável nos primeiros 150 metros, servindo de acesso para alguns moradores e para caminhadas de lazer.

- Cachoeira do rio das Pombas: reúne um conjunto de duas grandes quedas d’água no curso do rio das Pombas, manancial que abastece parte do litoral do Paraná. O trajeto até as cachoeiras, conhecidas também como “salto da onça”, é feito por trilhas sinalizadas. Tanto a trilha de acesso quanto os saltos estão inseridos nos limites do Parque Nacional, porém em área ainda sob domínio privado, estando a visitação sujeita às normas estabelecidas pela administração do Mata Atlântica Park Hotel. Como chegar: Fica localizado no município de Paranaguá e a cachoeira está situada na propriedade do Mata Atlântica Park Hotel, no km 12 da rodovia Alexandra-Matinhos (PR 508).

- Cachoeiras da Quintilha: As cachoeiras estão no curso do rio Brejatuba e o domínio da área ainda é privado. A cachoeira Quintilha (parte baixa) está localizada próximo ao limite do parque, enquanto a Alto da Quintilha (parte alta) está inserida na Unidade de Conservação.

Próximo à entrada da primeira cachoeira existe o Restaurante e pesque-pague que funciona aos finais de semana. Junto às cachoeiras é possível comprar bebidas, lanches e refeições. Os proprietários das áreas cobram uma taxa de entrada.

Como chegar: é possível chegar de carro até próximo às cachoeiras pela Estrada da Quintilha – um caminho de terra que tem início no km 4 da rodovia Alexandra – Matinhos (PR 508).

Depois é necessário continuar a pé por mais 500 metros. Para chegar à cachoeira Alto da Quintilha deve-se seguir 1.300 metros e, eventualmente, não está acessível para veículos de passeio.

- Morro do Escalvado ou Morro da Cruz: : A trilha está dentro do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange, porém seu traçado ainda não foi preparado para a atividade de caminhada. Parte da estrutura metálica do teleférico permanece no alto do Morro do Escalvado e não é recomendado subir. Não há infraestrutura no morro.

O Escalvado ou Morro da Cruz está próximo ao centro de Matinhos e abrigou um teleférico que foi desativado em meados da década de 1990. Para chegar ao alto do Morro, de onde se tem uma ampla vista da orla marítima desde Guaratuba até o balneário Praia de Leste, o principal caminho utilizado segue a antiga linha dos cabos do teleférico, que tem início no final da Rua Albano Muller. A trilha é muito íngreme e apresenta diversos pontos de erosão ao longo dos seus quinhentos e sessenta metros.

- Salto do Tigre: é uma sequência de três quedas no curso do rio Cachoeirinha. Tanto a trilha como o Salto estão em área particular e somente os 800 metros finais da trilha estão inseridos no limite do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange. Não há infraestrutura local. Em geral os visitantes estacionam os veículos próximos às casas na rodovia. O acesso ao km 21 da rodovia PR 508 também pode ser feito de ônibus.

A trilha para o Salto do Tigre tem início na altura do km 21 da rodovia Alexandra-Matinhos (PR-508). O acesso é feito a pé, deve-se percorrer aproximadamente 80 metros por uma estrada de terra, entrando em uma trilha localizada do lado direito. Esta trilha possui 2.200 metros de extensão e não existem indicações de percurso.

- Salto Parati: : A cachoeira está no curso do rio Parati e somente o último quilômetro da trilha está inserido no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange. Tanto por terra quanto pela Baía, todo o restante do trajeto é feito no território da Área de Proteção Ambiental de Guaratuba, Unidade de Conservação Estadual. A região do Salto está localizada em área particular.

É possível chegar de barco de pequeno porte partindo da comunidade do Cabaraquara ou do porto próximo ao centro de Guaratuba. O trajeto leva 30 minutos até o porto do Parati e percorre a Baía de Guaratuba, onde se pode observar o manguezal, garças, biguás e outras aves aquáticas, pescadores artesanais e áreas de cultivo de ostras, além das montanhas que compõem o Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange. Em seguida, uma caminhada de 15 minutos a partir do porto leva à comunidade do Parati e após mais 40 minutos chega-se ao Salto.

- Trilha da Torre da Prata: A trilha tem sete quilômetros de extensão, com trechos íngremes que exigem grande esforço físico para completar seu percurso. Em geral, seus freqüentadores são praticantes de montanhismo ou pessoas com experiência em caminhadas de longa distância.

Pouco menos da metade do trajeto está inserido no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange. Há apenas dois pontos com água na trilha – um riacho perene no meio do caminho, antes de começar a subida mais forte e o segundo somente na parte alta, um riacho intermitente a mais ou menos uma hora de caminhada do cume.

Não há infraestrutura local. Próximo ao cume há um limitado espaço para acampamento, sem qualquer tipo de infraestrutura. O local comporta no máximo 5 pessoas.

A administração do Parque está desenvolvendo um sistema de agendamento online que possibilitará aos visitantes obter informações sobre o uso da trilha e do acampamento. Este sistema ainda está em fase de testes. Mais informações no link: http://parnasainthilairelange.wordpress.com/cartilha-caminhante-consciente/

Como chegar: a trilha para o cume da Serra da Prata começa na região de entorno do Parque, no bairro Morro Alto, município de Morretes. A partir de Curitiba, deve-se descer a serra sentido Paranaguá e pegar a Estrada da Limeira (saída à direita, no km 24 da BR 277), seguindo por ela por cerca de 7.780 metros.

Aspectos naturais

O parque está inserido na área-núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e na Área de Proteção Ambiental Estadual de Guaratuba e protege um dos trechos mais bem conservados de Mata Atlântica no país. Constitui ainda um elo na composição do Mosaico dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos do Litoral Sul de São Paulo e do Litoral do Paraná – uma forma de gestão integrada que visa a compatibilizar a gestão da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável em um contexto regionalizado.

A região da Serra da Prata é um dos últimos refúgios naturais da região e abriga espécies da flora e da fauna ameaçadas de extinção.

A vegetação é composta pela Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica) é responsável pela manutenção do microclima da região, regulando o regime hídrico dos cursos d’água e garantindo a qualidade dos mananciais que abastecem o litoral do Paraná. As companhias de abastecimento de água operantes na região captam cerca de 800 litros de água por segundo em mananciais originados no Parna de Saint-Hilaire/Lange, garantindo o abastecimento dos municípios de Matinhos, Pontal do Paraná e Paranaguá.

Relevo e clima

A altitude do parque varia de 10 metros a 1.500 metros sobre o nível do mar. O clima é subtropical quente. O mês mais quente possui temperatura média superior a 22°C e o mais frio mostra temperatura média inferior a 18°C, constantemente úmido. As chuvas são regulares todos os meses do ano e não apresenta estação seca.

Fauna e flora

Na flora, são encontradas diversas espécies ameaçadas de extinção tais como Palmito Jussara, a Canela-preta, a Canela-sassafrás, Guassatunga, Xaxim, Guamirim, além de um grande número de bromélias e orquídeas. Embora esteja reduzida a pouco mais de 7% da sua extensão original, a Mata Atlântica ainda abriga recordes de biodiversidade e imenso valor paisagístico, científico, turístico e cultural.

Já a fauna, merece destaque o pequeno anfíbio Brachycephalus izecksohni, espécie de anuro que mede cerca de 1,2 centímetros e é endêmica da Serra da Prata. A Jaguatirica, a Lontra, o Veado-Mateiro, a Jacutinga, a onça pintada o Tucano-de-bico-verde e Saíra-sete-cores são alguns dos exemplares de animais.

Problemas e ameaças

O Programa de Uso Público do Plano de Manejo ainda está sendo elaborado. Também estão em andamento os trabalhos visando a regularização fundiária, e os proprietários de áreas no interior da Unidade de Conservação ainda estão sendo identificados, assim como propostas de indenizações que estão em curso.

O Parque Saint-Hilaire/Lange estabelece uma relação não muito positiva com as populações do entorno. Um dos aspectos apontados demonstra que a nomenclatura do parque é de difícil assimilação por parte da população.

A prática agropecuária ocorre ao longo de todo o entorno do parque com a ampla utilização de agrotóxicos, plantios em locais irregulares. As planícies que abrigavam várzeas na região foram intensamente drenadas para o assentamento de criações de búfalos.

As principais atividades praticadas na região são as plantações de banana e mandioca nos piemontes e cana de açúcar e arroz nas planícies, a pecuária é considerada de subsistência envolvendo criação de aves, caprinos, suínos e bovinos.

Uma das questões mais preocupantes dessa região advém da cultura da banana que são responsáveis por frequentes desmatamentos para a implantação de bananal.

Os cultivos nesses locais ocasionam grandes prejuízos ambientais podendo resultar em deslizamentos e danos relacionados ao uso de agrotóxicos. A aplicação de agrotóxicos por aviões ainda são um grave problema na região. Essa forma de aplicação contamina por borrifamento a floresta inserida na área e no entorno do parque, causando efeitos diretos e indiretos sobre a flora e fauna locais. Além de contaminar ecossistemas aquáticos e populações humanas.

As plantações de arroz também causam graves danos ao ambiente da área de entorno, especialmente, pela construção de valas de drenagem e utilização de agrotóxicos.

A mineração existente na região também causa grandes prejuízos ambientais devido à maneira como utiliza o solo, com abertura de imensas lavras.

Fontes

http://observatorio.wwf.org.br/unidades/cadastro/388/

http://parnasainthilairelange.wordpress.com/

CARACTERIZAÇÃO DA PRESSÃO ANTRÓPICA NO PARQUE NACIONAL SAINT-HILAIRE/LANGE (LITORAL DO PARANÁ), 2006. http://observatorio.wwf.org.br/site_media/upload/gestao/documentos/Denes_2006.pdf