Parque Nacional das Emas
Nome da Unidade: Parque Nacional das Emas
Bioma: cerrado
Área: 132.642 hectares
Diploma legal de criação: Decreto n° 49.8 / Dec n° 70.375 de 6 de abril de 1972.
Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
Contatos:
Tel: (64) 3929-6000
Endereço sede:
Rua C leste, quadra 05 lote 01
Chapadão do Céu, Goiás
CEP: 75.828-000
E-mail: parnaemas@hotmail.com
Índice
Localização
O Parque Nacional das Emas localiza-se no Sudoeste do Estado de Goiás, próximo às divisas com o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Abrange os municípios de Mineiros, Chapadão do Céu, Serranópolis e parte do de Costa Rica (Mato Grosso do Sul).
Como chegar
O município de Mineiros, localiza-se no sudoeste goiano a 420 km de Goiânia, 500 km de Cuiabá, a 550 km de Campo Grande e 650 km de Brasília-DF.
A UC é cortada pelas rodovias BR-364, BR-060, GO-194 e GO-341. Da cidade até o portão do Jacuba o acesso é de 88 Km por asfalto.
Por terra, o acesso ao município de Chapadão do Céu pode ser feito de carro ou ônibus partindo de Goiânia pela BR-060, depois o visitante deve seguir pela BR-364 de Jataí para Mineiros, pela GO-050 até Chapadão do Céu, sendo parte do acesso por estrada sem asfalto.
Da cidade até o portão do Bandeira, o acesso é de 30 km por estrada sem asfalto.
Ingressos
Valor do ingresso individual é R$ 6,00 por pessoa caso seja morador de algum dos municípios vizinhos ou R$ 13,00 por pessoa caso seja morador de outros municípios que não estejam na divisa com o parque ou de outros estados ou países.
O parque está aberto a visitação no horário das 06:00 as 20:00 horas.
Onde ficar
Pousada da Fundação das Emas
GO-341, Vila Jacuba (ao lado do parque)
Mineiros (GO)
Telefone:(64) 9996-2865
Pilões Palace Hotel
Mineiros (GO)
Telefone: (64) 3661-1547
Fax: (64) 3661-3580
CAT
Praça Dep. José Alves de Assis, S/n - Centro
CEP: 75830-000
Mineiros (GO)
Telefone:(64) 3661-1547/ (64) 3661-0005
Fax:(64) 36613580
Hotel Dallas
Rua 5ª Avenida, n°223 - Central
CEP:75830-000
Mineiros (GO)
Telefone: (64) 3661-1534
Fax: (64) 3661-1709
Vitor Hotel
RUA IPÊ, 213 - Centro
Chapadão do Céu (GO)
Fone: (64) 3634-1722
Fone Reserva: (64) 3634-1722
Hotel Mãe Terra- Parna Emas
Chapadão do Céu (GO)
hcmaeterra@hotmail.com
Telefone: (64) 3634-2370
Outros endereços de pousadas ou hotéis no município de Chapadão do Céu (GO) poderão ser sugeridos através do CAT (Centro de Atendimento ao Turista): (64) 3634-1517
Objetivos específicos da unidade
O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental e de turismo ecológico.
Como objetivo específico, a UC pretende proteger amostra representativa do bioma cerrado, bem como o habitat da fauna endêmica e conservar diversas nascentes dos rios Jacuba e Formoso, afluentes do Parnaíba da Bacia do Paraná.
Histórico
A chamada colonização do Cerrado iniciou-se em fins do século XVI com os franceses antes de 1616. Posteriormente, com os jesuítas, ao norte, no rio Tocantins, e ainda com os bandeirantes de São Paulo, pelo sul. Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, eles foram invadindo e fundando várias povoações no Cerrado, como a Vila Rica de Goiás, Cuiabá e Vila Bela, em Mato Grosso.
A ocupação efetiva da região levou dois séculos (1750-1960), após várias tentativas de colonização e lutas contra índios. A história de ocupação do Cerrado é recente, pois em 1946, Aziz Ab’Saber, em suas primeiras expedições ao Cerrado, relatou que naquela ocasião o uso da terra se dava por pequenos fazendeiros que criavam algumas poucas cabeças de gado em grandes extensões de terra e ainda cultivavam lavoura nas beiras dos rios.
Com o aumento na demanda de alimentos e o desenvolvimento de tecnologias nas últimas décadas, esse quadro mudou de forma repentina. Estratégias e políticas agrícolas ajudaram a impulsionar a expansão da fronteira agrícola no Cerrado, principalmente entre os anos de 1960 e 1980, em uma política nacional desenvolvimentista na busca por ocupar espaços vazios do Brasil central e da Amazônia.
Aliada à construção de obras de infraestrutura, a pesquisa agropecuária foi fundamental para a viabilização do cultivo de soja na região, através de programas de pesquisa que tinham que se adaptar às condições de Cerrado. Foi neste contexto que o governo federal lançou, em 1975, o programa para o desenvolvimento do Cerrado, o POLOCENTRO, um programa de crédito subsidiado, em que fazendeiros dispostos a cultivar as terras do cerrado teriam acesso a linhas de crédito fundiário, de investimento e de custeio a taxas de juros. Assim, no final da década de 1980, um terço do Cerrado já havia se convertido em terras agrícolas.
Outra iniciativa que veio contribuir com a ocupação do Cerrado foi o Programa Cooperativo Nipo-brasileiro para o Desenvolvimento do Cerrado (PRODECER), que promoveu o assentamento de agricultores experientes do Sudeste e Sul do país na região do Cerrado. Este programa, iniciado na década de 1980 em Minas Gerais, expandiu-se para Goiás e Mato Grosso do Sul em 1987.
Esses programas governamentais impulsionaram a ocupação de vastas áreas do Planalto Central que estiveram ligadas a outras políticas de ocupação de terras do governo federal. Grandes contingentes populacionais da região Sul se deslocassem para o Centro-Oeste e, posteriormente, para o Norte.
A ocupação dos municípios do entorno se deu principalmente no século XX, com maior intensidade nas décadas de 70 a 90. Contudo, o crescimento populacional ocorreu com um alto custo ambiental, o que inviabilizou as pequenas propriedades e pequenos proprietários rurais, acarretando uma concentração fundiária e êxodo rural da população para os centros urbanos. A expansão da fronteira agrícola foi acompanhada ainda pela progressiva diminuição de geração de emprego no campo, fruto da implantação de pacotes tecnológicos, que empregavam maquinário e insumos agrícolas.
No início dos anos 90, mais de 40% da área dos Cerrados já era ocupada por propriedades agrícolas, e em mais de metade da área restante já existia algum tipo de atividade.
O nome Parque Nacional das Emas possui essa denominação devido à grande quantidade de emas que aí habitavam. Atribui-se ao senhor Filogônio Garcia ser o precursor do Parque, uma vez que aquelas terras constituíam a fazenda Formoso, de sua propriedade. Na condição de vereador em Jataí, na década de 50, teve a sua sugestão aceita em um encontro de municípios na cidade de Rio Verde.
Na década de 60 então, o senador por Goiás, Coimbra Bueno, levou a proposição do Parque à presidência da República. Em 11 de janeiro de 1961, Juscelino Kubitschek assinou o Decreto nº 49.874 criando nos estados de Goiás e Mato Grosso (hoje Mato Grosso do Sul) o Parque Nacional das Emas, nas regiões das nascentes e cursos superiores dos rios Correntes, Aporé, Sucuri e seus tributários, abrangendo áreas devolutas, bem como áreas de domínio privado.
Atrações
A contemplação da paisagem e a observação de animais típicos do cerrado como tamanduá-bandeira, cachorro-do-mato, ema, anta e veados são algumas das atrações.
É possível fazer caminhadas a pé e observar a variedade de bichos e espécies de flores.
Aspectos naturais
O parque preserva as diversas nascentes dos rios Jacuba e Formoso, afluentes do rio Parnaíba, da bacia do rio Paraná. A rede hidrográfica da área é composta pelas bacias do rio Paranaíba, um dos afluentes do rio Paraná, pela bacia do rio Araguaia/Tocantins e pela bacia do Paraguai. A Parna está localizado no Alto Paranaíba, na bacia do rio Corrente com cerca de 7.300 km².
É uma das poucas UCs que apresentam as diversas formas de cerrado dentro do estado de Goiás, como campos limpos, veredas e matas ciliares.
Relevo e clima
A UC apresenta porções elevadas entre 800 e 900 metros de altitude que configuram chapadas ou chapadões de topos aplanados. As cabeceiras de drenagens, situadas no interior e nas bordas dos chapadões, delineiam anfiteatros escavados por erosão remontante.
A região da UC se caracteriza pelo clima tropical, quente, variando de úmido a semi-árido, com até cinco meses de seca.
No extremo norte e extremo sul e nas chapadas, a temperatura média anual varia de 20 a 22ºC. Na primavera-verão, são comuns temperaturas elevadas com média de 24 a 26ºC. A média das máximas de setembro (mês mais quente) oscila entre 30 e 36º.
O inverno é uma estação amena, embora ocorram com frequência. O frio oscila entre 15 e 24ºC, e a média das mínimas, de 8 a 18ºC, não sendo rara a ocorrência de mínimas absolutas negativas.
Fauna e flora
O Parque possui uma rica biodiversidade e abundância de espécie animal, rara e ameaçada de extinção. Entre outros, vivem por lá onças-pintadas e pardas, tatus-canastra, lobos-guará, antas, veados-campeiro, jaguatiricas, cachorros-do-mato, emas.
Há 19 espécies de mamíferos endêmicas do Cerrado e foram registradas 837 espécies de aves distribuídas em 64 famílias.
Os arbustos cobrem 70% do Parque. A flora do bioma Cerrado é ainda pouco conhecida.
Problemas e ameaças
O entorno é ocupado por lavouras de milho e soja e pela pecuária extensiva.
Algumas das pressões sobre a UC são a caça, a ocorrência de incêndios e invasão de espécies exóticas.
A UC contém um número significativo de espécies que constam da lista brasileira e ou das listas estaduais de espécies ameaçadas de extinção e conta com níveis significativos de biodiversidade.
Atualmente, a região do Parque é ocupada principalmente pela agricultura e pecuária, com plantio de extensas áreas de monocultura temporária, principalmente soja e algodão. Esse tipo de agricultura, por utilizar-se de pacotes tecnológicos altamente tecnificados, emprega grandes quantidades de agrotóxicos e pesticidas, acompanhados do uso intensivo do solo. Essa prática ocasiona um excessivo desgaste e perda de solo na região.
O Parque é praticamente todo cercado por propriedades que praticam cultivos temporários e altamente tecnificados, o emprego de pulverização aérea é constante na área, fator esse que vem afetando a fauna da UC
A pecuária, na sua maioria, é extensiva.
Atualmente encontra-se em processo de licenciamento a construção de uma pequena central hidrelétrica, nos municípios de Serranópolis e Aporé, cujos impactos estão associados ao enchimento de seu reservatório, que afetaria o corredor ecológico do Rio Corrente e os seus formadores, Jacuba e Formoso.
O empreendimento está sendo licenciado pelo IBAMA que já se pronunciou contrário ao primeiro projeto.
Outro projeto em desenvolvimento no entorno do Parna que já apresenta grande impacto, é a ferrovia Ferronorte, que tem dificultado o fluxo de animais entre o corredor cerrado-pantanal.
O Parque encontra-se com 94% de sua área total em situação Fundiária regularizada. Os 6% restantes encontram-se com uma ação reivindicatória pela posse da terra. Apesar dessa situação, o Parque não conta com qualquer tipo de ocupação por posseiros.
Fontes
https://www.facebook.com/parquenacionaldasemas
http://observatorio.wwf.org.br/unidades/cadastro/337/
Decreto de criação: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/emas.pdf
Plano de Manejo, 2004 http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/parna_emas.pdf