Mudanças entre as edições de "Parque Estadual da Costa do Sol"

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|Introducao=Criado em 2011, o Parque Estadual da Costa do Sol (PECS) abrange parte dos diversos municípios da chamada Região dos Lagos: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema e São Pedro da Aldeia. Sua área é composta por 43 fragmentos, totalizando 9.841 hectares. A configuração única desta unidade de conservação foi assim distribuída com o objetivo de assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e ecossistemas associados dessa região de baixadas litorâneas (restingas, mangues, lagoas, brejos, lagunas), possibilitando a recuperação das áreas já degradadas.
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|Legal documents=Criado pelo Decreto Estadual nº 42.929, de 18 de abril de 2011.
 
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'''E-mail:''' parqueestadualdacostadosol@gmail.com
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|Location=O Parque Estadual da Costa do Sol (PECS) abrange parte dos diversos municípios da chamada Região dos Lagos: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema e São Pedro da Aldeia. Sua área é composta por 43 fragmentos, totalizando 9.841 hectares.
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'''Sede administrativa:''' Rua José Antônio Sampaio nº 6, Parque Riviera, Cabo Frio - RJ.
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|How to get there='''De carro:''' se o local de partida for o sul do Estado, é possível chegar a Cabo Frio pelas seguintes rotas:
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•    BR-101 (sentido norte) e RJ-124 (sentido São Pedro da Aldeia): via Ponte Rio-Niterói, é importante lembrar que as duas vias são privatizadas e possuem cobrança de pedágio; 
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•    RJ-106: acesso mais antigo para a Região dos Lagos, a pista passa por todos os municípios desde Maricá. 
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Vindo do norte do Estado, as opções são:
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•  BR-101 (sentido sul) e RJ-162 (sentido Rio das Ostras) e RJ-106 (sentido Cabo Frio): no caso da via federal, há cobrança de pedágio, as outras duas pistas passam por dentro de municípios e possuem controle de velocidade;
  
Endereço (provisório): Rua José Antonio Sampaio, nº 6
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•  BR-101 (sentido sul) e RJ-106 (sentido Cabo Frio): esse trajeto, apesar de só passar por duas rodovias, percorre o perímetro urbano de Macaé.
Parque Riviera - Cabo Frio, RJ
 
CEP 28.905-340
 
|How to get there=Partindo da cidade do Rio de Janeiro, seguir pela Ponte Rio-Niterói, rodovia Niterói-Manilha (BR-101), rodovia Rio Bonito-Araruama (RJ-124), Via Lagos (até São Pedro D'Aldeia) e RJ-140.  
 
  
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''Fique atento:'' o parque abrange uma vasta área e a boa organização prévia sobre atrativos que se pretende visitar permite que imprevistos sejam evitados, inclusive a sobrecarga de visitantes nesses locais, auxiliando na conservação das belezas da região. No caso de uso do automóvel, ou para circular entre as áreas do parque, é preciso estar informado, pois nem todos os atrativos têm estacionamento e muitos apresentam uma quantidade limitada de vagas.
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'''De ônibus:''' para chegar aos municípios abrangidos pelo PECS (Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio etc), saindo da rodoviária da capital carioca, ou desses municípios, há várias opções de horários, diariamente.
 
|Tickets=Não há cobrança de ingressos.
 
|Tickets=Não há cobrança de ingressos.
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|Where to stay=Nos municípios do entorno do parque há uma grande oferta de opções de hospedagem.
 
|Objectives=Dentre os principais objetivos de sua criação está o de assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e ecossistemas associados da região das baixadas litorâneas (restingas, mangues, lagoas, brejos, lagunas, entre outros), possibilitando a recuperação das áreas degradadas ali existentes; mantendo populações de animais e plantas nativas, servindo como refúgio para espécies migratórias raras, vulneráveis, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e flora nativas, e, desta forma, conforme o disposto em seu Plano de Manejo, possibilitar o desenvolvimento do turismo no seu interior - uma vocação natural dessa região do Estado - além de atividades econômicas sustentáveis no seu entorno.
 
|Objectives=Dentre os principais objetivos de sua criação está o de assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e ecossistemas associados da região das baixadas litorâneas (restingas, mangues, lagoas, brejos, lagunas, entre outros), possibilitando a recuperação das áreas degradadas ali existentes; mantendo populações de animais e plantas nativas, servindo como refúgio para espécies migratórias raras, vulneráveis, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e flora nativas, e, desta forma, conforme o disposto em seu Plano de Manejo, possibilitar o desenvolvimento do turismo no seu interior - uma vocação natural dessa região do Estado - além de atividades econômicas sustentáveis no seu entorno.
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|History=A Região dos Lagos, o nome já diz, de belas paisagens e também de praias de mar azul, sempre foi marcada por atividades extrativistas e por intensa especulação imobiliária. Seus recursos naturais foram ao longo do tempo sofrendo intensa pressão. Nesse contexto, ambientalistas e pesquisadores locais iniciaram o movimento para proteger os remanescentes de Mata Atlântica.
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Os registros históricos sobre a região são do início do século XVI. Nesse período, a feitoria instalada inicialmente onde hoje é o município de Arraial do Cabo ganhou destaque pela quantidade de pau-brasil disponível para extração, atraindo para a costa piratas franceses que, ao contrário dos portugueses, receberam apoio dos Tamoios e Goitacás, nativos dessa localidade.
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Ao longo dos séculos, a história e cultura local se desenvolveram com influência das diversas modalidades de pesca praticadas nas praias e na Lagoa de Araruama, e também com a chegada de visitantes, atraídos pelas belezas naturais da região.
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No final do século XVIII a vocação para extração de sal já era conhecida e atraía investimentos, ganhando força em meados dos anos 1800. Mais recentemente, já no século XX, a Companhia Nacional de Álcalis, de extração de barrilha e sal, se instalou em Arraial do Cabo, à época Cabo Frio, em 1943, tendo funcionado até 2006.
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Hoje, o parque é um instrumento fundamental para buscar o chamado desenvolvimento econômico sustentável, com o objetivo de assegurar um espaço público para o lazer, a recreação, a pesquisa científica e a manutenção da biodiversidade para as gerações atuais e futuras.
 
|Features=Estão incluídas no PECS algumas das praias mais bonitas da região, como a Praia das Conchas e Ilha do Japonês, em Cabo Frio e as Prainhas do Pntal em Arraial do Cabo. A Serra da Sapiatiba, em São Pedro da Aldeia é o ponto mais alto da Região dos Lagos, e possui mirantes com vista de toda região. Em toda área do PECS, encontram-se sítios arqueológicos com vestígios de sambaquis, onde viviam caçadores e coletores pré-históricos. Outras evidências arqueológicas ainda mais antigas são os estromatólitos, rochas formadas por um tapete calcário, produzido por microorganismos em mares rasos e lagoas, encontrados na Lagoa Vermelha, em Saquarema. O fenômeno é raro e seu estudo é essencial para a história evolutiva do planeta.
 
|Features=Estão incluídas no PECS algumas das praias mais bonitas da região, como a Praia das Conchas e Ilha do Japonês, em Cabo Frio e as Prainhas do Pntal em Arraial do Cabo. A Serra da Sapiatiba, em São Pedro da Aldeia é o ponto mais alto da Região dos Lagos, e possui mirantes com vista de toda região. Em toda área do PECS, encontram-se sítios arqueológicos com vestígios de sambaquis, onde viviam caçadores e coletores pré-históricos. Outras evidências arqueológicas ainda mais antigas são os estromatólitos, rochas formadas por um tapete calcário, produzido por microorganismos em mares rasos e lagoas, encontrados na Lagoa Vermelha, em Saquarema. O fenômeno é raro e seu estudo é essencial para a história evolutiva do planeta.
|Geography and climate=O padrão climático da região de Cabo Frio apresenta decréscimo dos índices pluviométricos na direção leste, culminando com um enclave climático caracterizado como semiárido quente, num domínio tropical. A área de estudo se encontra na Zona de Influência da Ressurgência, apresentando um microclima distinto do conjunto tropical dominante. O clima local é considerado uma variação do clima Semiárido Quente (BSh) pela classificação de Köppen.
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|Natural aspects=A área do parque é composta por 43 fragmentos, a configuração única desta unidade de conservação foi assim distribuída com o objetivo de assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e ecossistemas associados dessa região de baixadas litorâneas (restingas, mangues, lagoas, brejos, lagunas), possibilitando a recuperação das áreas já degradadas.
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|Geography and climate='''Clima'''
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O padrão climático da região de Cabo Frio apresenta decréscimo dos índices pluviométricos na direção leste, culminando com um enclave climático caracterizado como semiárido quente, num domínio tropical. A área de estudo se encontra na Zona de Influência da Ressurgência, apresentando um microclima distinto do conjunto tropical dominante. O clima local é considerado uma variação do clima Semiárido Quente (BSh) pela classificação de Köppen.
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Com relação ao regime de ventos, aqueles do quadrante NE predominam o ano inteiro, com a frequência no verão superando 50%, enquanto os ventos S e SO aumentam sua frequência no outono. Esses padrões estão associados à distribuição das massas de ar dominantes no litoral brasileiro, com o fortalecimento da Alta Pressão do Atlântico Sul no verão favorecendo o predomínio de ventos NE, enquanto que a maior frequência de ventos S e SO no inverno estão associadas a passagens de frentes frias, mais comuns nesta época do ano.
 
Com relação ao regime de ventos, aqueles do quadrante NE predominam o ano inteiro, com a frequência no verão superando 50%, enquanto os ventos S e SO aumentam sua frequência no outono. Esses padrões estão associados à distribuição das massas de ar dominantes no litoral brasileiro, com o fortalecimento da Alta Pressão do Atlântico Sul no verão favorecendo o predomínio de ventos NE, enquanto que a maior frequência de ventos S e SO no inverno estão associadas a passagens de frentes frias, mais comuns nesta época do ano.
|Fauna and flora=Fauna
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'''Relevo'''
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O parque está localizado na parte costeira da Região dos Lagos, cujo quadro geomorfológico é complexo e diferenciado. Predominam as planícies arenosas costeiras, depósitos aluviais, lagunas e morros baixos das penínsulas de Búzios e Cabo Frio. A região é limitada a oeste e ao norte pelas elevações do maciço costeiro pré-cambriano. Ao sul do afloramento gnáissico de Búzios, aparecem os campos de dunas das praias do Peró e a Dama-Branca.
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|Fauna and flora='''Fauna'''
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O Parque Estadual da Costa do Sol engloba grandes extensões úmidas, de fundamental importância para uma variada fauna. As lagunas e brejos existentes na área do PECS, como o Brejo Salgado, o Brejo do Espinho e o Brejo do Mosquito, entre outros, são essenciais refúgios para alimentação, reprodução, pernoite ou descanso para aves migratórias, popularmente chamadas maçaricos, batuíras, peu-peus e gordinhos. São comuns trinta-reis (Charadriuscollaris, C. semipalmatus, Callidrispusillus, Crocethiaalba, Actitis macularia, Tringamelanoleuca, T. flavipes, T. solitária), além dos mergulhões (Podilymbuspodiceps) e picaparras (Podicepsdominicus)
 
O Parque Estadual da Costa do Sol engloba grandes extensões úmidas, de fundamental importância para uma variada fauna. As lagunas e brejos existentes na área do PECS, como o Brejo Salgado, o Brejo do Espinho e o Brejo do Mosquito, entre outros, são essenciais refúgios para alimentação, reprodução, pernoite ou descanso para aves migratórias, popularmente chamadas maçaricos, batuíras, peu-peus e gordinhos. São comuns trinta-reis (Charadriuscollaris, C. semipalmatus, Callidrispusillus, Crocethiaalba, Actitis macularia, Tringamelanoleuca, T. flavipes, T. solitária), além dos mergulhões (Podilymbuspodiceps) e picaparras (Podicepsdominicus)
  
 
Nas lagunas e brejos, o fino espelho d’água e a vasa lodosa, rica em microrganismos, têm grande variedade e quantidade de microcrustáceos, larvas de insetos, girinos, alevinos e outros pequenos animais. São, todos, os principais atrativos alimentares para as aves mais frequentes: frangos d’água (Gallinulachloropus), socós (Butoridesstriatus) e saracuras (Porzanaalbicollis), garça-branca-pequena (Egrettathula), garça-branca-grande (Casmerodiusalbus) e piaçocas (Jacanajacana). Há registros também da ocorrência de colhereiros (Ajaiaajaja) no Brejo do Espinho, espécie considerada ameaçada de extinção no Estado do Rio de Janeiro.
 
Nas lagunas e brejos, o fino espelho d’água e a vasa lodosa, rica em microrganismos, têm grande variedade e quantidade de microcrustáceos, larvas de insetos, girinos, alevinos e outros pequenos animais. São, todos, os principais atrativos alimentares para as aves mais frequentes: frangos d’água (Gallinulachloropus), socós (Butoridesstriatus) e saracuras (Porzanaalbicollis), garça-branca-pequena (Egrettathula), garça-branca-grande (Casmerodiusalbus) e piaçocas (Jacanajacana). Há registros também da ocorrência de colhereiros (Ajaiaajaja) no Brejo do Espinho, espécie considerada ameaçada de extinção no Estado do Rio de Janeiro.
Flora
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Desde o extremo leste da área do PECS, na região de Jacarepiá, em Saquarema, até o extremo oeste de seu limite, próximo a Arraial do Cabo, encontram-se inúmeras espécies endêmicas da flora. Esse grande endemismo, associado à elevada riqueza vegetal, levou esta região à classificação de “Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio”, um dos quatorze centros de alta diversidade indicados para o Brasil (Araujo, 1997).  Esta região é também elencada entre as “Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira”, além de ser indicada nas classes de importância biológica e prioridade de ação como “ extremamente alta” (MMA/Portaria nº 9 de 23/01/2007).
 
Desde o extremo leste da área do PECS, na região de Jacarepiá, em Saquarema, até o extremo oeste de seu limite, próximo a Arraial do Cabo, encontram-se inúmeras espécies endêmicas da flora. Esse grande endemismo, associado à elevada riqueza vegetal, levou esta região à classificação de “Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio”, um dos quatorze centros de alta diversidade indicados para o Brasil (Araujo, 1997).  Esta região é também elencada entre as “Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira”, além de ser indicada nas classes de importância biológica e prioridade de ação como “ extremamente alta” (MMA/Portaria nº 9 de 23/01/2007).
  

Edição das 03h39min de 4 de janeiro de 2018

Criado em 2011, o Parque Estadual da Costa do Sol (PECS) abrange parte dos diversos municípios da chamada Região dos Lagos: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema e São Pedro da Aldeia. Sua área é composta por 43 fragmentos, totalizando 9.841 hectares. A configuração única desta unidade de conservação foi assim distribuída com o objetivo de assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e ecossistemas associados dessa região de baixadas litorâneas (restingas, mangues, lagoas, brejos, lagunas), possibilitando a recuperação das áreas já degradadas.

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Parque Estadual da Costa do Sol
Esfera Administrativa: Estadual
Estado: Rio de Janeiro
Município: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema e São Pedro da Aldeia.
Categoria: Parque
Bioma: Mata Atlântica, Manguezal, Marinho Costeiro"Mata Atlântica, Manguezal, Marinho Costeiro" não está na lista (Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa, Pantanal, Manguezal, Marinho, Marinho Costeiro, Campos Rupestres) dos valores permitidos para a propriedade "Biome".
Área: 9.841 hectares
Diploma legal de criação: Criado pelo Decreto Estadual nº 42.929, de 18 de abril de 2011.
Coordenação regional / Vinculação: Inea - Instituto Estadual do Ambiente / Dibap - Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas
Contatos: Telefone: (22) 2561-3072 / (22) 2561-1378 / (22) 2647-3466

E-mail: parqueestadualdacostadosol@gmail.com

Localização

O Parque Estadual da Costa do Sol (PECS) abrange parte dos diversos municípios da chamada Região dos Lagos: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema e São Pedro da Aldeia. Sua área é composta por 43 fragmentos, totalizando 9.841 hectares.

Sede administrativa: Rua José Antônio Sampaio nº 6, Parque Riviera, Cabo Frio - RJ.

Como chegar

De carro: se o local de partida for o sul do Estado, é possível chegar a Cabo Frio pelas seguintes rotas:

• BR-101 (sentido norte) e RJ-124 (sentido São Pedro da Aldeia): via Ponte Rio-Niterói, é importante lembrar que as duas vias são privatizadas e possuem cobrança de pedágio;

• RJ-106: acesso mais antigo para a Região dos Lagos, a pista passa por todos os municípios desde Maricá.

Vindo do norte do Estado, as opções são:

• BR-101 (sentido sul) e RJ-162 (sentido Rio das Ostras) e RJ-106 (sentido Cabo Frio): no caso da via federal, há cobrança de pedágio, as outras duas pistas passam por dentro de municípios e possuem controle de velocidade;

• BR-101 (sentido sul) e RJ-106 (sentido Cabo Frio): esse trajeto, apesar de só passar por duas rodovias, percorre o perímetro urbano de Macaé.

Fique atento: o parque abrange uma vasta área e a boa organização prévia sobre atrativos que se pretende visitar permite que imprevistos sejam evitados, inclusive a sobrecarga de visitantes nesses locais, auxiliando na conservação das belezas da região. No caso de uso do automóvel, ou para circular entre as áreas do parque, é preciso estar informado, pois nem todos os atrativos têm estacionamento e muitos apresentam uma quantidade limitada de vagas.


De ônibus: para chegar aos municípios abrangidos pelo PECS (Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio etc), saindo da rodoviária da capital carioca, ou desses municípios, há várias opções de horários, diariamente.

Ingressos

Não há cobrança de ingressos.

Onde ficar

Nos municípios do entorno do parque há uma grande oferta de opções de hospedagem.

Objetivos específicos da unidade

Dentre os principais objetivos de sua criação está o de assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e ecossistemas associados da região das baixadas litorâneas (restingas, mangues, lagoas, brejos, lagunas, entre outros), possibilitando a recuperação das áreas degradadas ali existentes; mantendo populações de animais e plantas nativas, servindo como refúgio para espécies migratórias raras, vulneráveis, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e flora nativas, e, desta forma, conforme o disposto em seu Plano de Manejo, possibilitar o desenvolvimento do turismo no seu interior - uma vocação natural dessa região do Estado - além de atividades econômicas sustentáveis no seu entorno.

Histórico

A Região dos Lagos, o nome já diz, de belas paisagens e também de praias de mar azul, sempre foi marcada por atividades extrativistas e por intensa especulação imobiliária. Seus recursos naturais foram ao longo do tempo sofrendo intensa pressão. Nesse contexto, ambientalistas e pesquisadores locais iniciaram o movimento para proteger os remanescentes de Mata Atlântica.

Os registros históricos sobre a região são do início do século XVI. Nesse período, a feitoria instalada inicialmente onde hoje é o município de Arraial do Cabo ganhou destaque pela quantidade de pau-brasil disponível para extração, atraindo para a costa piratas franceses que, ao contrário dos portugueses, receberam apoio dos Tamoios e Goitacás, nativos dessa localidade.

Ao longo dos séculos, a história e cultura local se desenvolveram com influência das diversas modalidades de pesca praticadas nas praias e na Lagoa de Araruama, e também com a chegada de visitantes, atraídos pelas belezas naturais da região.

No final do século XVIII a vocação para extração de sal já era conhecida e atraía investimentos, ganhando força em meados dos anos 1800. Mais recentemente, já no século XX, a Companhia Nacional de Álcalis, de extração de barrilha e sal, se instalou em Arraial do Cabo, à época Cabo Frio, em 1943, tendo funcionado até 2006.

Hoje, o parque é um instrumento fundamental para buscar o chamado desenvolvimento econômico sustentável, com o objetivo de assegurar um espaço público para o lazer, a recreação, a pesquisa científica e a manutenção da biodiversidade para as gerações atuais e futuras.

Atrações

Estão incluídas no PECS algumas das praias mais bonitas da região, como a Praia das Conchas e Ilha do Japonês, em Cabo Frio e as Prainhas do Pntal em Arraial do Cabo. A Serra da Sapiatiba, em São Pedro da Aldeia é o ponto mais alto da Região dos Lagos, e possui mirantes com vista de toda região. Em toda área do PECS, encontram-se sítios arqueológicos com vestígios de sambaquis, onde viviam caçadores e coletores pré-históricos. Outras evidências arqueológicas ainda mais antigas são os estromatólitos, rochas formadas por um tapete calcário, produzido por microorganismos em mares rasos e lagoas, encontrados na Lagoa Vermelha, em Saquarema. O fenômeno é raro e seu estudo é essencial para a história evolutiva do planeta.

Aspectos naturais

A área do parque é composta por 43 fragmentos, a configuração única desta unidade de conservação foi assim distribuída com o objetivo de assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e ecossistemas associados dessa região de baixadas litorâneas (restingas, mangues, lagoas, brejos, lagunas), possibilitando a recuperação das áreas já degradadas.

Relevo e clima

Clima

O padrão climático da região de Cabo Frio apresenta decréscimo dos índices pluviométricos na direção leste, culminando com um enclave climático caracterizado como semiárido quente, num domínio tropical. A área de estudo se encontra na Zona de Influência da Ressurgência, apresentando um microclima distinto do conjunto tropical dominante. O clima local é considerado uma variação do clima Semiárido Quente (BSh) pela classificação de Köppen.

Com relação ao regime de ventos, aqueles do quadrante NE predominam o ano inteiro, com a frequência no verão superando 50%, enquanto os ventos S e SO aumentam sua frequência no outono. Esses padrões estão associados à distribuição das massas de ar dominantes no litoral brasileiro, com o fortalecimento da Alta Pressão do Atlântico Sul no verão favorecendo o predomínio de ventos NE, enquanto que a maior frequência de ventos S e SO no inverno estão associadas a passagens de frentes frias, mais comuns nesta época do ano.

Relevo

O parque está localizado na parte costeira da Região dos Lagos, cujo quadro geomorfológico é complexo e diferenciado. Predominam as planícies arenosas costeiras, depósitos aluviais, lagunas e morros baixos das penínsulas de Búzios e Cabo Frio. A região é limitada a oeste e ao norte pelas elevações do maciço costeiro pré-cambriano. Ao sul do afloramento gnáissico de Búzios, aparecem os campos de dunas das praias do Peró e a Dama-Branca.

Fauna e flora

Fauna

O Parque Estadual da Costa do Sol engloba grandes extensões úmidas, de fundamental importância para uma variada fauna. As lagunas e brejos existentes na área do PECS, como o Brejo Salgado, o Brejo do Espinho e o Brejo do Mosquito, entre outros, são essenciais refúgios para alimentação, reprodução, pernoite ou descanso para aves migratórias, popularmente chamadas maçaricos, batuíras, peu-peus e gordinhos. São comuns trinta-reis (Charadriuscollaris, C. semipalmatus, Callidrispusillus, Crocethiaalba, Actitis macularia, Tringamelanoleuca, T. flavipes, T. solitária), além dos mergulhões (Podilymbuspodiceps) e picaparras (Podicepsdominicus)

Nas lagunas e brejos, o fino espelho d’água e a vasa lodosa, rica em microrganismos, têm grande variedade e quantidade de microcrustáceos, larvas de insetos, girinos, alevinos e outros pequenos animais. São, todos, os principais atrativos alimentares para as aves mais frequentes: frangos d’água (Gallinulachloropus), socós (Butoridesstriatus) e saracuras (Porzanaalbicollis), garça-branca-pequena (Egrettathula), garça-branca-grande (Casmerodiusalbus) e piaçocas (Jacanajacana). Há registros também da ocorrência de colhereiros (Ajaiaajaja) no Brejo do Espinho, espécie considerada ameaçada de extinção no Estado do Rio de Janeiro.

Flora

Desde o extremo leste da área do PECS, na região de Jacarepiá, em Saquarema, até o extremo oeste de seu limite, próximo a Arraial do Cabo, encontram-se inúmeras espécies endêmicas da flora. Esse grande endemismo, associado à elevada riqueza vegetal, levou esta região à classificação de “Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio”, um dos quatorze centros de alta diversidade indicados para o Brasil (Araujo, 1997). Esta região é também elencada entre as “Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira”, além de ser indicada nas classes de importância biológica e prioridade de ação como “ extremamente alta” (MMA/Portaria nº 9 de 23/01/2007).

Na região da APA da Massambaba, foram descritas 10 formações vegetais só para as áreas de restinga, e 664 espécies de plantas vasculares distribuídas em 118 famílias (Araújo et al. 2009). Além de abrigar pelo menos 12 espécies endêmicas às restingas fluminenses e mais 14 espécies que ocorrem somente na Mata Atlântica do Estado (Araújo et al. 2009). Das espécies consideradas ameaçadas pela Lista da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção (www.biodiversitas.org.br), Araújo e colaboradores (2009) apontam diversas na categoria “Vulnerável” (p.ex., Melocactusviolaceus, Banisteriopsissellowiana, Pavoniaalnifolia, Odontocaryavitis, Mollinedia glabra), cinco na categoria “Em Perigo” (Caesalpiniaechinata, Ditassamaricaensis, Gonolobusdorothyanus, Nidulariumrosulatum, Pliniailhensis) e uma “Criticamente em Perigo” (Vrieseasucrei). Espécies novas foram descritas para esta região, principalmente na floresta não inundável de Jacarepiá, onde se destacam: Serjaniafluminensis (Acevedo-Rodriguez, 1987), Passiflora farneyi (Pessoa &Cervi, 1992) eBauhiniamicrostachya var. massambabensis (Vaz, 1993).

Problemas e ameaças

Especulação imobiliária, invasões, incêndios florestais, caça, turismo desordenado e efeito de borda.

Fontes

http://www.inea.rj.gov.br/Portal/Agendas/BIODIVERSIDADEEAREASPROTEGIDAS/UnidadesdeConservacao/INEA_008423#

Com aproximadamente 10 mil hectares e 27 áreas de proteção ambiental situadas em 6 municípios, o parque abrange áreas descontínuas de Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia e Armação dos Búzios, incluindo restingas, brejos, mangues, lagoas, lagunas, dunas, cordões arenosos, costões rochosos, florestas, praias e 15 ilhas costeiras. O Parque Estadual da Costa do Sol (PECS) é também pioneiro no Brasil por ser constituído de áreas descontínuas, como já ocorre no Canadá e nos Estados Unidos.